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Peste causa a morte de aproximadamente 39 pessoas em Madagascar

Um médico da direção geral da Saúde em Antananarivo afirmou que 90% dos casos eram de peste pulmonar, mais grave que a forma mais comum

Agência France-Presse
postado em 12/12/2013 15:31
A peste causou a morte de 39 pessoas nas últimas semanas em Madagascar, onde a epidemia é propagada pelos ratos que invadem as casas por causa do desmatamento descontrolado da ilha, anunciou nesta quinta-feira (12/12) o ministério da Saúde.

"Atualmente há uma epidemia de peste em Madagascar em cinco distritos (de 112). Oitenta e seis pessoas contraíram a peste, das quais 39 faleceram nas últimas semanas", afirma um comunicado do ministério.



Um médico da direção geral da Saúde em Antanarivo informou que 90% dos casos se contaminaram com a forma de peste pulmonar que é mais grave do que a forma mais comum - a peste bubônica ou peste negra - porque ela pode matar em três dias.

O primeiro falecimento foi registrado em uma cidade em plena floresta, a 150 km de Mandritsara (norte), acessível em moto e a pé, segundo esta fonte que não quis ser citada alegando motivos hierárquicos.

A morte ocorreu antes do mês de novembro, mas foi declarado oficialmente no dia 23 daquele mês.

O ministério pediu que a população "se consulte em caso de febre e dor de cabeça".

"Existem medicamentos para tratar esta doença e eles são gratuitos", acrescentou.

"Não destruam as florestas porque isto obriga os ratos a invadir as cidades. É preciso capturar os ratos vivos", acrescentou.

"Este ano há um recrudescimento dos incêndios florestais", afirmou o diretor-geral de florestas no Ministério do Meio Ambiente, Jean Claude Rabemanantsoa. "Estamos em período eleitoral" e "em Madagascar, os incêndios florestas podem ser utilizados como uma forma de expressão política", afirmou.

Um fenômeno que não assusta mais os malgaches, os camponeses desenvolveram o hábito depois de vários anos de atear fogo à vegetação quando estão descontentes com a insegurança, o custo de vida, etc.

Além disso, "as chuvas e o lixo que se acumula atraem os ratos para as cidades e povoados", continuou o responsável.

A capital Antananarivo, onde não foi registrado nenhum caso de peste, sofre com o lixo a ponto de a delegação da União Europeia ter lançado ações de emergência para as regiões baixas da cidade, frequentemente inundadas.

Os eleitores foram convocados a votar na sexta-feira, 20 de dezembro, no segundo turno das eleições presidenciais, celebradas em conjunto com legislativas, e que pretendem por fim a um impasse criado pela indefinição do chefe de Estado.

Os dois campos responsáveis pela crise se enfrentam: o do governo de transição não eleito do ex-prefeito de Antananarivo Andry Rajoelina e o do ex-presidente deposto Marc Ravalomanana, exilado na África do Sul.

Os distritos afetados pela peste são Mandritsara (norte), Soanierana Ivongo (nordeste), Ikongo (sudeste), Tsiroanomandidy (centro-oeste) e Ikalamavony (centro-sul).

O ministério ressaltou que "as medidas necessárias já foram tomadas em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Pasteur de Madagascar" com "equipes já no local para cuidar dos doentes".

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