"Atualmente há uma epidemia de peste em Madagascar em cinco distritos (de 112). Oitenta e seis pessoas contraíram a peste, das quais 39 faleceram nas últimas semanas", afirma um comunicado do ministério.
Um médico da direção geral da Saúde em Antanarivo informou que 90% dos casos se contaminaram com a forma de peste pulmonar que é mais grave do que a forma mais comum - a peste bubônica ou peste negra - porque ela pode matar em três dias.
O primeiro falecimento foi registrado em uma cidade em plena floresta, a 150 km de Mandritsara (norte), acessível em moto e a pé, segundo esta fonte que não quis ser citada alegando motivos hierárquicos.
A morte ocorreu antes do mês de novembro, mas foi declarado oficialmente no dia 23 daquele mês.
O ministério pediu que a população "se consulte em caso de febre e dor de cabeça".
"Existem medicamentos para tratar esta doença e eles são gratuitos", acrescentou.
"Não destruam as florestas porque isto obriga os ratos a invadir as cidades. É preciso capturar os ratos vivos", acrescentou.
"Este ano há um recrudescimento dos incêndios florestais", afirmou o diretor-geral de florestas no Ministério do Meio Ambiente, Jean Claude Rabemanantsoa. "Estamos em período eleitoral" e "em Madagascar, os incêndios florestas podem ser utilizados como uma forma de expressão política", afirmou.
Um fenômeno que não assusta mais os malgaches, os camponeses desenvolveram o hábito depois de vários anos de atear fogo à vegetação quando estão descontentes com a insegurança, o custo de vida, etc.
Além disso, "as chuvas e o lixo que se acumula atraem os ratos para as cidades e povoados", continuou o responsável.
A capital Antananarivo, onde não foi registrado nenhum caso de peste, sofre com o lixo a ponto de a delegação da União Europeia ter lançado ações de emergência para as regiões baixas da cidade, frequentemente inundadas.
Os eleitores foram convocados a votar na sexta-feira, 20 de dezembro, no segundo turno das eleições presidenciais, celebradas em conjunto com legislativas, e que pretendem por fim a um impasse criado pela indefinição do chefe de Estado.
Os dois campos responsáveis pela crise se enfrentam: o do governo de transição não eleito do ex-prefeito de Antananarivo Andry Rajoelina e o do ex-presidente deposto Marc Ravalomanana, exilado na África do Sul.
Os distritos afetados pela peste são Mandritsara (norte), Soanierana Ivongo (nordeste), Ikongo (sudeste), Tsiroanomandidy (centro-oeste) e Ikalamavony (centro-sul).
O ministério ressaltou que "as medidas necessárias já foram tomadas em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Pasteur de Madagascar" com "equipes já no local para cuidar dos doentes".