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Barbárie: uma mulher é estuprada a cada 21 minutos na Índia

Jovem de 20 anos é hospitalizada em estado grave após conselho tribal de anciãos condená-la a ser violentada por 13 homens, em Bengala Ocidental. Justiça ordena que criminosos cumpram 14 dias de prisão. Fenômeno do estupro coletivo preocupa autoridades e especialistas

postado em 24/01/2014 06:03

Amarrados a cordas, acusados de estuprar a jovem de 20 anos são escoltados na saída da Corte do distrito de Birbhum, em Bengala

Um novo caso de estupro coletivo na Índia chocou o mundo. Uma jovem de 20 anos foi abusada com o consentimento do conselho tribal do povoado onde ela mora. Depois de ter um suposto relacionamento com um rapaz de fora da comunidade descoberto, autoridades locais julgaram o casal e ordenaram que cada um pagasse multa de 25 mil rúpias (cerca de R$ 845). Como a família da jovem não tinha o dinheiro, o chefe do conselho, Boloi Murdy, aceitou que ela fosse estuprada como ;pagamento;.



O crime ocorreu na terça-feira à noite. Pelo menos 13 homens, de diferentes idades, foram presos por envolvimento na agressão sexual. De acordo com a polícia indiana, os suspeitos devem ficar 14 dias sob custódia. Relatos médicos publicados pela imprensa local revelam que a vítima foi hospitalizada com graves lesões. Especialistas admitem que o número de casos semelhantes a esse que chegam ao conhecimento das autoridades seja bem maior e defendem mudanças legais, sociais e econômicas.

Segundo os mais recentes dados do Escritório Nacional de Registros de Crimes, uma mulher é estuprada a cada 21 minutos na Índia. Um relatório de 2013 mostra que 24.915 mulheres foram vítimas do crime no ano anterior ; 3.125 delas tinham menos que 14 anos. O levantamento atesta que 244.270 casos de violência contra a mulher foram contabilizados em 2012.

Para a socióloga Mangala Subramaniam, especialista em estudos de gênero da Purdue University, os dados oficiais podem ser subestimados. Ela lembra que muitas vítimas e famílias têm medo e vergonha de denunciar uma agressão sexual. ;Os parentes não querem que meninas e mulheres fiquem estigmatizadas por terem sido atacadas. Muitos preferem o silêncio. Isso significa que menos casos são registrados, o que gera uma pressão menor para que o Estado tome atitudes para fazer as leis valerem ou para criar novos mecanismos;, analisa.

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