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Kerry se reúne com Netanyahu e fala em Davos de paz no Oriente Médio

Em discurso, Kerry responderá previsivelmente às críticas formuladas a política externa por alguns dos aliados no Golfo

Agência France-Presse
postado em 24/01/2014 12:11
John Kerry se reuniu por uma hora e quarenta e cinco minutos com Netanyahu, cara a cara, sem conselheirosDavos - O secretário americano de Estado, John Kerry, participou nesta sexta-feira (24/1) de uma longa reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Fórum Econômico Mundial em Davos, onde fará um discurso sobre os esforços de paz no Oriente Médio. Em discurso, Kerry responderá previsivelmente às críticas formuladas a política externa por alguns dos aliados no Golfo, que acreditam que o Departamento de Estado não tem uma estratégia clara na região.

Segundo um funcionário de alto escalão do departamento de Estado, Kerry se defenderá "falando de nosso compromisso com cada região do mundo, e com a diplomacia como primeira via". "Defenderá a ideia de que o argumento de que os Estados Unidos estão se retirando do Oriente Médio é falso, além de que são ignoradas grandes iniciativas diplomáticas na região", acrescentou o funcionário do Departamento de Estado.

O funcionário apontou entre estas iniciativas o acordo interino sobre o programa nuclear iraniano, e o acordo para destruir o arsenal de armas químicas sírias. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos se esforçaram para colocar em contato o governo sírio e a oposição nas atuais negociações de paz de Genebra II, para colocar fim a uma guerra que já dura quase três anos.

Nesta sexta-feira (24) em Davos, Kerry se reuniu por uma hora e quarenta e cinco minutos com Netanyahu, cara a cara, sem conselheiros. Na próxima semana espera-se que a equipe de negociadores palestinos viaje a Washington. As negociações de paz entre israelenses e palestinos, retomadas com a mediação dos Estados Unidos em julho após uma interrupção de três anos, se chocam com demandas aparentemente irreconciliáveis de ambas as partes.



[SAIBAMAIS]Para tentar selar o acordo, no primeiro ano como secretário de Estado Kerry realizou 11 viagens a Israel e Cisjordânia para tentar alcançar um acordo que permita estabelecer pautas sobre as questões mais espinhosas, como a delimitação do futuro Estado palestino ou o futuro de Jerusalém, e continuar avançando. Israelenses e palestinos seguirão negociando ao menos até o final de abril. Mas, à medida que esta data se aproxima, foram feitas críticas de ambos os lados aos esforços de Kerry para levá-los a um pacto.

Netanyahu insistiu que todos os palestinos devem reconhecer Israel como Estado judeu. Os líderes palestinos se negam, porque temem ver abandonado seu direito ao retorno dos refugiados que partiram ou que foram obrigados a se exilar quando o Estado de Israel foi criado, em 1948, e quando ele ocupou a Cisjordânia, em 1967.

Em um discurso nesta sexta-feira em Davos, o presidente de Israel, Shimon Peres, reforçou os comentários que já haviam sido feitos por Netanyahu no mesmo fórum na quinta-feira, afirmando que seu país está comprometido com os esforços de paz de Kerry. "Há dificuldades, mas nenhum de nós tem uma alternativa real", declarou Peres em Davos. "Israel está oferecendo de forma genuína uma paz sincera", acrescentou o prêmio Nobel da Paz, de 90 anos.

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