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Quase 50 pessoas morrem em 24 horas de violência durante protestos no Egito

Desde o último 14 de agosto, quando policiais e soldados mataram mais de 700 manifestantes pró-Morsy em um dia de protestos no Cairo

Agência France-Presse
postado em 26/01/2014 09:55
Cairo - Ao menos 49 pessoas morreram nas últimas 24 horas no Egito, onde partidários do poder e opositores majoritariamente islamitas se manifestaram no sábado por ocasião do terceiro aniversário da revolução de 2011, anunciou o ministério da Saúde. Outras 247 pessoas ficaram feridas.

O ministério do Interior assinalou, por sua parte que 1.079 pessoas foram detidas. As novas autoridades egípcias realizam uma implacável repressão contra qualquer manifestação da oposição desde que o exército destituiu e prendeu o presidente islamita Mohamed Morsy há 7 meses.

A intervenção militar de 3 de julho significou para os militantes não islamitas da revolução de 25 de janeiro o retorno ao autoritarismo do antigo regime de Mubarak.

A Irmandade Muçulmana, confraria à qual pertence Morsy e que ganhou todas as eleições desde a queda de Mubarak, convocou 18 dias de manifestações pacíficas.

[SAIBAMAIS]

Mas o governo "de fato", dirigido pelo exército, já advertiu que irá reprimir com "firmeza" qualquer "tentativa de sabotagem das cerimônias por parte da Irmandade Muçulmana", decretada "organização terrorista" há algumas semanas.

Desde o último 14 de agosto, quando policiais e soldados mataram mais de 700 manifestantes pró-Morsy em um dia de protestos no Cairo, mais de mil manifestantes islamitas morreram e vários milhares foram presos, incluindo a maior parte dos líderes da confraria.

No sábado, no Cairo, policiais e soldados bloquearam com tanques os principais acessos à cidade e a emblemática praça Tahrir, epicentro da "Revolução de 25 de janeiro de 2011".

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Milhares de pessoas foram à praça neste sábado levando fotos do general Abdel Fatah al-Sissi, chefe do exército e homem forte do Egito. "O povo quer a execução da Irmandade".

A maior parte dos atentados recentes contra as forças de ordem foi reivindicada por movimentos jihadistas que afirmam atuar em represália ao "massacre" dos pró-Morsy , mas sem vínculo direto com a Irmandade Muçulmana. Ainda assim, as autoridades egípcias acusam a Irmandade de envolvimento nos atentados.

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