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Clérigo islamita britânico é acusado nos EUA de exportar terrorismo

Abu Hamza pode ser condenado à prisão perpétua

Agência France-Presse
postado em 17/04/2014 15:40
Abu Hamza, de 56 anos, negou que seja culpado das onze acusações que sofreu
A promotoria e a defesa apresentaram nesta quinta-feira (17/4) suas alegações iniciais no julgamento, em Nova York, contra o clérigo radical islâmico egípcio-britânico Abu Hamza, acusado de ser um "exportador internacional de violência e terrorismo".

Abu Hamza, de 56 anos, cego de um olho e amputado dos antebraços, é o antigo imã da mesquita de Finsbury Park, no norte de Londres, e uma das principais figuras de "Londonistão", nome dado às redes islamitas estabelecidas na capital britânica no fim da década de 90.

O polêmico clérigo, extraditado do Reino Unido em outubro de 2012, negou que seja culpado das onze acusações que sofreu e corre risco de ser condenado à prisão perpétua.

Ao iniciar as alegações nesta quinta diante da juíza federal Katherine Forrest, o promotor Edward Kim acusou Hamza de ser "um exportador internacional da violência e do terrorismo".

"Seu objetivo era claro, simples, brutal (....) travar uma guerra contra os não-muçulmanos", disse Kim. Segundo a promotoria, Hamza "recrutava" e "doutrinava" seus fiéis em sua mesquita londrina e depois os mobilizava "em várias partes do mundo".


Hamza é acusado de participação no sequestro de 16 turistas -dois deles americanos- no Iêmen em 1998. Quatro morreram durante uma operação militar para libertar o grupo.

Ele também é acusado de planejar a criação de um campo de treinamento nos Estados Unidos em 1999 e de "apoiar uma violenta jihad" no Afeganistão.

Seus sermões incendiários e violentamente anti-americanos inspiraram o britânico Richard Reid, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos por ter tentado explodir um avião em 2001 com explosivos escondidos nos próprios sapatos.

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