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Líder da Al-Qaeda pede unidade aos jihadistas na Síria contra Assad

Grupos armados islamitas estão em guerra que já provocou milhares de mortes desde janeiro

Agência France-Presse
postado em 19/04/2014 11:11
Dubai - O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, desmentiu ter mudado de ideologia, como acusou um grupo jihadista, e pediu a unidade dos grupos islamitas contra o regime sírio de Bashar al-Assad, em uma entrevista divulgada neste sábado. Vários grupos armados islamitas estão em uma guerra fratricida que já provocou milhares de mortes desde janeiro na região norte da Síria.

A entrevista, realizada entre fevereiro e abril, segundo o centro americano de monitoração de páginas islamitas, SITE, foi divulgada depois que um influente grupo jihadista na Síria, o Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL), acusou os dirigentes da Al-Qaeda de "afastamento do bom caminho".

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[SAIBAMAIS]"Dividiram em todas as partes as fileiras dos mujahedines", acusou o porta-voz do EIIL, Abu Mohamed al-Adnani, em um comunicado divulgado na sexta-feira por fóruns jihadistas.

Zawahiri rebateu a acusação e deu a entender que o regime sírio pode ter infiltrado os grupos jihadistas para dividir o movimento, segundo o SITE, que traduziu a entrevista concedida para o As Sahab, o órgão de comunicação da Al-Qaeda.

"Se ordenar que lutem contra vossos irmãos mujahedines não me obedeçam. Se ordenar uma explosão em meio aos vossos irmãos mujahedines, não me obedeçam", disse.

As divergências com o EIIL surgiram no ano passado, quando Zawahiri ordenou a este grupo que restringisse as atividades no Iraque. Também acusou o grupo de ter cometido atos violentos contra civis e rebeldes rivais.

O comando da Al-Qaeda declarou outro grupo, a Frente Al-Nosra, como braço oficial da Al-Qaeda na Síria. "Nosso método é concentração nos Estados Unidos, seus aliados cruzados e os sionistas e seus agentes traidores e incitar a Uma (a comunidade muçulmana) a unir-se à jihad contra eles, deixando as diferenças de lado", disse Zawahiri na entrevista.

"Nosso método é evitar operações que poderiam potencialmente derramar o sangue de forma injusta de pessoas nos mercados, em áreas residenciais e inclusive entre grupos yihadistas", completou.

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