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Joe Biden visita Kiev e Rússia acusa a Ucrânia de violar acordo

Esta é a primeira visita de um alto funcionário do governo americano a Kiev desde 4 de março, quando o secretário de Estado John Kerry visitou o país

Agência France-Presse
postado em 21/04/2014 09:57
Kiev - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarcou nesta segunda-feira em Kiev para expressar o apoio de Washington às autoridades pró-Ocidente da Ucrânia, que estão em uma intensa crise com Moscou, que acusou a Ucrânia de violar o acordo assinado em Genebra. Durante a visita de dois dias, Biden reafirmará o apoio ao governo. A Casa Branca ameaçou adotar novas sanções contra o Kremlin, que acusa de estimular a tensão no leste do país.

Antes do desembarque de Biden, a Rússia acusou as autoridades ucranianas de violar "de maneira flagrante" o acordo assinado na quinta-feira em Genebra com Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia. "O acordo de Genebra não apenas não é respeitado, mas é violado de maneira flagrante pelas medidas adotadas pelos que usurparam o poder em Kiev", afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

O pacto perdeu força no fim de semana, depois de um tiroteio mortal no domingo no leste da Ucrânia e da recusa dos ativistas pró-Rússia de recuar nas cidades que controlam na região.

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O acordo prevê o desarmamento de grupos ilegais e a retirada dos prédios ocupados, além de uma anistia para os que entregarem as armas, exceto para os que cometeram assassinatos. Washington advertiu Moscou, que acusa de manipular a rebelião na Ucrânia, que o tempo está acabando para aplicar os termos do acordo.

A Casa Branca informou que Biden, muito envolvido na crise ucraniana desde o início, em novembro do ano passado, realizará consultas para ficar a par dos últimos acontecimentos no leste da Ucrânia. Ele se reunirá com o presidente interino do país, Olexander Turchynov, com o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk e parlamentares. Esta é a primeira visita de um alto funcionário do governo americano a Kiev desde 4 de março, quando o secretário de Estado John Kerry viajou ao país.

As autoridades de Kiev "declaram abertamente que o acordo de Genebra não se aplica em Maidan porque a administração da cidade de Kiev decidiu que este local poderia ser preservado e que era legítimo. É totalmente inaceitável", disse.

Lavrov fez referência à praça no centro da capital da Ucrânia, epicentro do movimento de protesto que derrubou em fevereiro o regime pró-Rússia do presidente Viktor Yanukovytch e onde os manifestantes permanecem acampados entre barricadas. Moscou e Washington trocam acusações sobre ingerência e falta de vontade para aplicar o acordo de Genebra desde a assinatura na quinta-feira.

O governo dos Estados Unidos, que observa a influência de Moscou nos distúrbios da Ucrânia, tenta pressionar a Rússia a convencer os ativistas pró-Moscou, que mantêm o controle da administração regional de Donetsk e de vários prédios públicos na região, que respeitem o acordo e ameaça com novas sanções. "As tentativas de isolar a Rússia são inúteis, porque isolar a Rússia do resto do mundo é impossível", afirmou Lavrov. "Primeiro porque somos uma grande potência e que sabe o que quer. E em segundo lugar porque a esmagadora maioria de países não quer isolar a Rússia", completou.

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