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EUA pede a Israel que revise plano de desapropiar terras palestinas

Exército israelense anunciou no domingo que expropriará 400 hectares do território palestino da Cisjordânia, no setor de Belém

Agência France-Presse
postado em 01/09/2014 14:07
Washington - Os Estados Unidos pediram a Israel nesta segunda-feira (1/9) que revejam seu mais recente plano de desapropriar terras palestinas na zona de Belém da ocupada Cisjordânia.

[SAIBAMAIS]"Este anúncio, como qualquer outro feito por Israel sobre assentamentos, os planos que aprova e as autorizações de construção que emite, é contraproducente para o objetivo declarado de Israel de obter uma solução negociada de dois estados com os palestinos", afirmou um alto funcionário do departamento de Estado.

O exército israelense anunciou no domingo que expropriará 400 hectares do território palestino da Cisjordânia, no setor de Belém (sul). "Seguindo as instruções do poder político (...) 400 dunams em Gevaot são declarados terras do Estado", disse o exército, acrescentando que as partes afetadas têm 45 dias para apelar, sem dar mais explicações.



Trata-se de uma decisão sem precedentes desde os anos 1980 por sua envergadura, reagiu alarmada a organização A Paz Agora, contrária à colonização nos territórios ocupados.

A Paz Agora considera o anúncio como "a prova de que o primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu segue levantando obstáculos ao projeto de dois Estados (israelense e palestino) e promovendo uma solução que consiste em apenas um Estado".

A medida também foi fortemente criticada por França e Egito. Ambos mediaram as negociações entre as partes em conflito, na tentativa de chegar a um cessar-fogo, na semana passada. Paris "condena" e "convoca as autoridades israelenses a reverter sua decisão", declarou o porta-voz do Quai d;Orsay, Romain Nadal.

"Não é uma decisão positiva. Contraria as leis internacionais e terá um impacto negativo nos processos de paz", afirmou o Ministério egípcio das Relações Exteriores.

A política de expansão dos assentamentos em terras palestinas também é considerada ilegal pela União Europeia, e um "obstáculo para a paz", por Washington.

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