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Serra Leoa acha 90 corpos e 200 doentes durante confinamento por ebola

Quase seis milhões de pessoas em todo o país ficaram 72 horas em casa, enquanto 28 mil voluntários bateram de porta em porta para dar conselhos e identificar novos casos

Agência France-Presse
postado em 24/09/2014 11:25
Freetown - Serra Leoa declarou nesta quarta-feira (24/9) que cerca de 100 corpos e 200 pacientes foram encontrados e retirados de suas residências durante o confinamento de três dias para conter a epidemia de ebola que atinge a África Ocidental. Quase seis milhões de pessoas em todo o país ficaram confinadas dentro de casa por 72 horas desde sexta-feira, quanto 28 mil voluntários bateram de porta em porta, dando conselhos e identificando novos casos e mortes suspeitas que não foram registradas pelas autoridades.

Mulher grávida com suspeita de contrair o vírus Ebola é levantada de maca para ambulância, em Freetown, Serra Leoa
"Mais de 92 corpos foram descobertos em todo o país durante o confinamento de três dias do país", declarou Karamoh Kabbah, vice-ministro para Assuntos Políticos, em entrevista coletiva na capital Freetown. Ele disse que 77 dos corpos foram recolhidos na área ocidental, uma divisão que inclui a cidade de 1,2 milhão de habitantes. "Foram identificados mais de 200 casos suspeitos, dos quais, até o momento, 130 foram confirmados", acrescentou.

[SAIBAMAIS]A maior epidemia de ebola já registrada na história infectou até agora mais de 6.000 pessoas na África Ocidental e matou quase metade delas, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde. A febre causada pelo vírus pode derrubar suas vítimas em poucos dias, provocando dor muscular, vômitos, diarreia e, em muitos casos, hemorragia interna e externa. Em Serra Leoa, o ebola já infectou 1.813 pessoas, matando 593.



Kabbah confirmou uma estimativa anterior de que as equipes que foram de porta em porta conseguiram cobrir cerca de 80% das residências em um país onde grande parte da população vive em áreas remotas e às vezes em aldeias inacessíveis. Mas ele disse que a ação gerou preocupações sobre os métodos utilizados pelas forças de segurança na imposição de quarentenas, sem entrar em detalhes.

O ministro da Saúde, Abubakarr Fofanah, afirmou que nem todos os corpos recolhidos haviam sido confirmados como vítimas do ebola. "Mesmo antes do surto, as pessoas estavam morrendo de tuberculose, malária, hipertensão e até mesmo como um resultado da idade avançada", disse. "Embora o governo não tenha a intenção de mascarar os números de mortes provocadas pelo ebola, também é consciente do fato de que há muitas outras causas de morte no país", explicou.

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