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Coalizão contra jihadistas bombardeia refinarias controladas pelo EI

Presidente francês, François Hollande, declarou em Nova York que este crime cruel e covarde reforça sua determinação em combater o EI

Agência France-Presse
postado em 25/09/2014 16:11
Damasco - Aviões de combate franceses voltaram a atacar nesta quinta-feira (25/9) posições do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque, depois da decapitação de um refém de seu país, enquanto os Estados Unidos e seus aliados árabes bombardearam refinarias controladas pelos jihadistas na Síria.

Estas operações fazem parte da ofensiva lançada pela coalizão liderada pelos Estados Unidos para desmantelar, segundo o presidente Barack Obama, a rede da morte do EI, responsável por atrocidades nas regiões controladas pela organização no Iraque e na Síria. Na quarta-feira (25/9), o grupo Jund al-Khilafa (Soldados do Califa), vinculado ao EI, divulgou um vídeo da decapitação do refém francês Hervé Gourdel, um guia de montanhas de 55 anos que havia sido sequestrado na Argélia, em represália pelos bombardeios franceses no Iraque.

O presidente francês, François Hollande, declarou em Nova York que este crime cruel e covarde reforça sua determinação em combater o EI. Hollande convocou nesta quinta-feira em Paris um conselho de Defesa para reforçar ainda mais a proteção dos cidadãos franceses. Já o governo argelino prometeu fazer todo o possível para encontrar os autores desse crime. Cerca de 3.000 militares procuravam nesta quinta-feira o corpo do refém francês e tentavam neutralizar seus assassinos, segundo uma fonte dos serviços de segurança.

Também presente em Nova York, por ocasião da Assembleia Geral da ONU, o presidente do Irã, Hassan Rohani, disse que "os erros estratégicos do Ocidente no Oriente Médio, na Ásia Central e no Cáucaso transformaram essas partes do mundo em um paraíso para terroristas e extremistas".

Quase 130 jihadistas estrangeiros mortos

Entre seus diversos atos, o EI, acusado de limpeza étnica e de crimes contra a Humanidade, decapitou dois jornalistas americanos e um agente humanitário britânico que tinha sido sequestrados na Síria. Pela primeira vez desde o início da ofensiva na Síria, na terça-feira, os aviões de combate de Estados Unidos, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) bombardearam refinarias controladas pelo EI no leste sírio, anunciou o Pentágono.

Essas instalações produzem entre 300 e 500 barris de petróleo por dia e geram dois milhões de dólares de receitas diárias a essa organização extremista sunita, segundo estimativas do Pentágono. Os jihadistas vendem o petróleo contrabandeado para intermediários nos países vizinhos. Segundo uma ONG síria, quase 130 jihadistas estrangeiros e outros 12 sírios - 84 deles do EI e 57 da Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda - morreram desde terça-feira nos ataques em regiões do norte e do leste da Síria que escapam ao controle do regime.

Treze civis sírios também morreram nos ataques, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Diante do temor dos países europeus de eventuais atentados em seus territórios cometidos por jihadistas locais de volta do Oriente Médio, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou por unanimidade na quarta-feira uma resolução que convoca os Estados, sob pena de sanções, a impedir que seus cidadãos se alistem em grupos extremistas.

Combates na Síria e no Iraque

Além de Arábia Saudita e EAU, Bahrein, Catar e Jordânia também participam dos bombardeios na Síria, enquanto a França se uniu à ofensiva aérea americana no Iraque. Em terra, as forças iraquianas mantinham sua luta contra os jihadistas em várias frentes, principalmente na província de Al-Anbar (oeste do Iraque).



Na Síria, devastada por mais de três anos de guerra civil, os combates continuavam sendo travados entre rebeldes e tropas do regime, que retomaram nesta quinta a cidade de Adra, ao norte de Damasco. A região estava vazia e as marcas dos combates e bombardeios estavam em todas partes, constatou a AFP.

Os jihadistas mantêm o cerco à cidade de Ain al-Arab (Kobane em curdo), próxima à fronteira com a Turquia, em sua tentativa de conquistar a localidade depois de terem tomado 60 aldeias nesta região síria.

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