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Presidente do Equador exige que Obama "deixe a América Latina em paz"

Correa também denunciou os supostos planos dos Estados Unidos para intervir na região por meio do apoio financeiro a opositores

Agência France-Presse
postado em 29/09/2014 19:40

Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, exigiu nesta segunda-feira (29/9) que os Estados Unidos parem com o "intervencionismo" e "deixem em paz" os governos da América Latina durante um encontro internacional com líderes esquerdistas em Quito.


Rafael Correa:

Correa, que já se envolveu em várias crises diplomáticas com Washington, criticou com o veemência o presidente Barack Obama por sua decisão de apoiar a "formação de líderes e o fortalecimento da sociedade civil" em vários países. O mandatário equatoriano considera que essa atitude é uma nova forma de intervenção contra os governos de esquerda.

"A América Latina sabe muito bem o que isso significa: simplesmente mais intervencionismo (...) Basta! Basta! Nos deixem em paz. Respeitem a soberania de nossos países", declarou Correa durante seu discurso no Encontro Latino-Americano Progressista que reúne dirigentes e partidos de esquerda de 20 países.

[SAIBAMAIS]Correa denunciou os supostos planos dos Estados Unidos para intervir na região por meio do apoio financeiro a opositores.



"O presidente Obama acaba de anunciar a criação de centros na América Latina, na África Subsaariana, no Oriente Médio e na Ásia para a formação de líderes, para o fortalecimento da sociedade civil em outros países e para, supostamente, combater os esforços de vários governos para restringir a liberdade de expressão, concentrações pacíficas e o direito à associação", lembrou.

Correa considerou contraditório que os americanos deem lições de liberdade enquanto mantêm "o criminoso bloqueio a Cuba" e enfrentam "a insultante desigualdade em que 1% da população possui 35% da riqueza".

Correa voltou a entrar em choque com Washington após obrigar a agência de cooperação Usaid a deixar o país. Também tiveram que sair 20 militares e funcionários que estavam na embaixada americana em Quito.

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