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Intelectuais pedem ao Papa intransigência sobre o casamento

No documento, os intelectuais manifestam preocupação com a família, especialmente nos Estados Unidos

Agência France-Presse
postado em 01/10/2014 17:50
Apesar de o Papa ter pedido à hierarquia da Igreja Católica um debate
Cidade do Vaticano -
Um grupo de 48 intelectuais católicos conservadores, entre eles muitos americanos, enviou uma carta ao Papa Francisco, pedindo que o pontífice seja "intransigente" quanto ao casamento tradicional.

A carta aberta foi divulgada nesta quarta-feira pelo site católico Crux, a poucos dias da abertura no Vaticano do Sínodo extraordinário dos Bispos de todo o mundo, durante se discutirá a crise da família moderna. No documento, os intelectuais manifestam preocupação com a família, especialmente nos Estados Unidos, onde 40% dos casais se divorciam.

"Os casais estão desesperadamente à espera de ouvir a verdade (...) saber as razões pelas quais Cristo e a Igreja desejam que sejam fiéis um ao outro por toda a vida", escreveram. "Quando o casamento se torna difícil, como acontece com a maioria dos casais, a Igreja deve ser uma fonte de apoio, não apenas individualmente", dizem.



Entre os signatários, está a ex-embaixadora dos Estados Unidos junto à Santa Sé, Mary Ann Glendon. Por 15 dias, de 5 a 19 de outubro, cerca de 300 prelados, incluindo cardeais e arcebispos de todos os continentes, vão se reunir a portas fechadas para debater os "desafios pastorais da família no contexto da Evangelização", segundo o título do encontro.

Apesar de o Papa ter pedido à hierarquia da Igreja Católica um debate "sereno e aberto" sobre a evolução da família moderna, católicos progressistas e conservadores divergem sobre a questão em discussões na imprensa especializada.

Embora a questão não tenha sido abordada na carta, muitos católicos conservadores, incluindo vários cardeais, rejeitam a ideia de a Igreja liberar a comunhão aos divorciados que se casaram novamente .

Esse é um dos principais assuntos a ser discutido no sínodo, porque parte da hierarquia católica considera que é o preço a ser pago por aqueles que quebram um sacramento como o casamento, considerado insolúvel.

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