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Pequim acompanha com preocupação o movimento pró-democracia em Hong Kong

Local defende unificação com Taiwan como forma de pôr fim às tensões

Rodrigo Craveiro
postado em 05/10/2014 06:00
Em meio ao gás lacrimogênio disparado pela polícia, manifestante desafia as forças de segurança e posa para foto segurando um guarda-chuva, símbolo dos protestos em Hong Kong
No mercado noturno de Raohe, no Memorial de Chiang Kai-shek ou no templo taoísta de Long-shan, a vida segue seu curso sem se incomodar com o status quo político indefinido. Com 23 milhões de habitantes e a 19; economia mais sólida do planeta, Taiwan busca equilibrar-se no cenário internacional sem confrontar a China continental, que considera a ilha parte inalienável de seu território. Não fossem o sistema econômico baseado no capitalismo e um governo próprio, quase nenhuma diferença haveria entre Taipei e Pequim. Com um chefe de Estado eleito e um parlamento, a administração da ilha afasta a hipótese de um pedido de independência, por considerar-se autônoma. Os anseios de democracia que sopram forte a partir do oeste, em Hong Kong, podem reforçar a determinação do povo de Taiwan pela não adesão à fórmula ;um país, dois sistemas; , em vigor na ilha vizinha desde 1997.



[SAIBAMAIS]Diretor do Instituto Kissinger sobre China e Estados Unidos do Wilson Center (em Washington), Robert Daly acredita que os protestos em Hong Kong não poderiam se espalhar para Taiwan sem sofrer um alto grau de mudança. ;Pequim tem mantido, por muito tempo, que Taiwan pode se unificar à pátria e reter quase toda a autonomia, segundo o conceito ;um país, dois sistemas;;, afirmou ao Correio, por e-mail. No entanto, ele aposta que a revolução dos guarda-chuvas praticamente impossibilita essa manobra. As duas ilhas apresentam queixas e aspirações distintas. O presidente Ma Ying-jeou optou por suavizar as relações no Estreito de Taiwan, de olho numa conexão com a Ásia e com o Pacífico.

Em 26 de setembro, o presidente da China, Xi Jinping, propôs que os dois lados pusessem fim a seis décadas de separação hostil com a adoção da fórmula ;um país, dois sistemas;. ;O fato é que esse modelo jamais foi popular em Taiwan. O que está acontecendo em Hong Kong é outra forte evidência para o povo em Taiwan de que tal fórmula não tem apelo nem aplicabilidade;, concorda Alan D. Romberg, diretor do programa de Leste Asiático do The Stimson Center, sediado na capital americana.

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