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Milhares protestam contra prospecção de petróleo nas Canárias

Milhares de pessoas desfilaram nas oito ilhas habitadas do arquipélago atlântico, localizado na costa africana

Agência France-Presse
postado em 18/10/2014 16:13
Madri - Sob o lema "Aqui vivemos, aqui decidimos", milhares de pessoas, convocadas por organizações ambientais e autoridades regionais, protestaram neste sábado no arquipélago turístico das Canárias contra a busca de petróleo em suas águas, que ameaça o meio ambiente, afirmam.

[SAIBAMAIS]Exibindo cartazes com mãos pretas e gritando frases como "Não à RePPsol" (jogo de palavras entre a gigante do petróleo e o partido conservador), milhares de pessoas, segundo os organizadores, desfilaram nas oito ilhas habitadas do arquipélago atlântico, localizado na costa africana.

"Nunca tinha havido uma união tão sólida de rechaço a um projeto industrial", afirmou por telefone à AFP Ezequiel Navío, da ONG Ação Global, uma das organizadoras, em Lanzarote, uma das ilhas mais afetadas pelo projeto. "O caso das Canárias agora une o parlamento canarino, o governo das ilhas, a comunidade científica e setores empresariais internacionais, como o de turismo", acrescentou.

No fim de maio, o governo espanhol do PP, dirigido por Mariano Rajoy, aprovou um projeto apresentado pela Repsol para a prospecção de petróleo em águas do arquipélago. A autorização, válida por três anos e oficial desde agosto, permite à petroleira realizar prospecções a 50km da costa de Lanzarote e Fuerteventura com três sondas, a uma profundidade de 3km a 7km.

Grandes grupos ambientalistas reagiram rapidamente, denunciando o grave risco tanto para o meio ambiente quanto para a principal atividade econômica do arquipélago, o turismo.



"Fuerteventura é uma das maiores reservas marinhas em nível europeu", afirmou na manifestação realizada naquela ilha Izaskun Núñez, porta-voz do coletivo No Petroleras, Sí Renovables. Trinta por cento dos cetáceos estão aqui, assinalou, lembrando que se trata de uma área altamente sísmica, motivo pelo qual "não é a mesma coisa perfurar em águas da Noruega e de Fuerteventura".

Entre as ONGs mobilizadas contra a prospecção, o Greenpeace decidiu levar até as Canárias seu barco Artic Sunrise, que deve chegar ao arquipélago em 25 de outubro, após atracar neste sábado em Málaga, sul da Espanha, em sua primeira campanha após passar 10 meses bloqueado na Rússia por ter denunciado a prospecção de petróleo no Ártico.

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