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Ebola: Italianos protestam contra isolamento de soldados americanos no país

No grupo de militares isolados está o general que supervisionou a resposta inicial militar à epidemia de ebola na África

Agência France-Presse
postado em 29/10/2014 12:09
Roma - A decisão dos Estados Unidos de colocar em quarentena em território italiano quase 100 soldados que retornaram de uma missão contra o ebola na Libéria gerou protestos na Itália, que pede o retorno rápido dos militares a seu país.

"Com base na amizade e franqueza recíproca, peço que os soldados americanos procedentes da África, tanto os que já estão aqui como os que estão por chegar para cumprir uma quarentena, sejam transferidos para sua pátria", disse o governador de Veneto, Luca Zaia, a região na qual 12 soldados estão em quarentena atualmente.

Zaia, do movimento contra a imigração Liga Norte, afirmou ao jornal romano Il Messaggero que solicitou uma reunião com o embaixador dos Estados Unidos para manifestar "respeitosamente" sua opinião.

No grupo de militares isolados está o general que supervisionou a resposta inicial militar à epidemia de Ebola na África. Fontes oficiais americanas ressaltaram que nenhum deles apresenta sintomas da doença.

A Itália não registrou nenhum caso de Ebola até o momento. A chegada prevista esta semana de mais soldados procedentes da África à base militar americana de Vicenza, norte da Itália, para cumprir uma quarentena, provoca inquietação em todo o país.



Representantes do movimento Cinco Estrelas exigiram a saída de todos os soldados da base, ante o temor de um contágio entre soldados. Os moradores de Vicenza pediram mais informações sobre o tema às autoridades. A prefeitura anunciou que está verificando os protocolos de segurança no isolamento.

O prefeito da cidade, Achille Variati, explicou que um representante do governo italiano e as autoridades militares americanas garantiram que "todos os oficiais que retornaram da África estão saudáveis e nenhum deles apresenta sintomas de Ebola". Quase 600 soldados americanos foram enviados à Libéria, o país mais afetado pela epidemia, que provocou quase 5.000 mortes na África.

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