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Abbas classifica fechamento da Esplanada das Mesquitas declaração de guerra

Israel revê a decisão, mas mantém a proibição de acesso aos palestinos com menos de 50 anos

postado em 31/10/2014 07:00
Palestina grita com soldado israelense, depois de ter proibida a entrada na Esplanada das Mesquitas, localizada na Cidade Velha de Jerusalém
Israel fechou, ontem, a Esplanada das Mesquitas, o terceiro local sagrado do Islã, pela primeira vez desde a ocupação de Jerusalém Oriental, em 1967. A decisão sucedeu um ataque contra um ativista judeu ortodoxo, baleado na noite de quarta-feira enquanto protestava pelo direito de orar na parte oriental da Cidade Velha. O militante ferido, Yehuda Glick, 48 anos, foi internado em estado grave. Ele tem reclamado, há anos, mudanças no estatuto da Esplanada das Mesquitas para que os judeus também possam acessar a área reservada aos muçulmanos. O palestino suspeito de ter atirado contra Glick foi identificado como Muataz Hijazi,32. Agentes de Israel o mataram em casa, pouco depois do atentado. Segundo o porta-voz das forças de segurança, Micky Rosenfeld, Hijazi ;foi eliminado em sua casa no bairro de Abu Tor, Jerusalém, por uma unidade das forças especiais da polícia;.



A Esplanada foi fechada no começo do dia para evitar manifestações e conflitos entre israelenses e palestinos. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, mostrou indignação com a decisão do governo de Israel e classificou a atitude como uma ;declaração de guerra;. Para Abbas, a interdição da área de orações ;provoca mais instabilidade e tensão; e em nada ajuda a resolver o conflito na região. ;A continuidade dessas agressões e essa perigosa escalada israelense constituem uma declaração de guerra ao povo palestino, a seus locais sagrados e à nação árabe e muçulmana;, disse Abbas, citado por seu porta- voz, Nabil Abu Rudeina.

O acesso ao local sagrado foi liberado à zero hora de hoje (20h de ontem pelo horário de Brasília), conforme anunciou o porta-voz da polícia israelense, Luba Samri. A reabertura permitiu a entrada de fiéis na Esplanada, onde todas as sextas-feiras centenas de muçulmanos se reúnem para grandes orações conjuntas. O acesso a homens com menos de 50 anos continua proibido, uma medida de segurança que deve ser reavaliada conforme a tensão amenizar.

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