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Palestinos condenam lei que reforça caráter 'judeu' de Israel

O governo israelense aprovou no domingo um texto que modifica a definição de Israel como Estado "judeu e democrático" para um "Estado nacional do povo judeu"

Agência France-Presse
postado em 25/11/2014 20:57
RAMALLAH - Os dirigentes palestinos condenaram nesta terça-feira o polêmico projeto de lei do governo Netanyahu que busca reforçar o caráter judeu de Israel, afirmando que a medida tem a intenção de "acabar com a solução de dois Estados".

O governo israelense aprovou no domingo um texto que modifica a definição de Israel como Estado "judeu e democrático" para um "Estado nacional do povo judeu", que deverá ser votado no Parlamento.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) condenou firmemente o texto por considerar que pretende "acabar com a solução de dois Estados, impondo o projeto da ;Grande Israel; e o judaísmo de Estado no território da Palestina histórica".

"Fazendo do judaísmo a definição desse estado, este projeto de lei põe fim ao reconhecimento recíproco acordado em 1993", nos chamados Acordos de Oslo, sobre a autonomia dos palestinos, afirmou a OLP.


Os responsáveis palestinos denunciaram o "racismo ideológico" do texto, apoiado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamín Netanyahu, e que criou polêmica até mesmo dentro de sua coalizão de governo.

Segundo a OLP, além de ser uma tentativa de "apagar a presença palestina" nesta região, o texto também acabaria com o direito de retorno dos refugiados, que deixaram sua terra em 1948, depois da criação do Estado de Israel.

O governo da palestino, nascido da reconciliação entre a OLP e o grupo islâmico Hamas, considerou que, com esta lei, Israel "anuncia claramente a construção de um estado de apartheid contra os palestinos".

Enquanto a campanha internacional dos palestinos começa a gerar resultados, com votos a favor do reconhecimento do Estado palestino em vários parlamentos europeus, a tensão e a violência entre as duas comunidades cresce a cada dia, alastrando-se do leste de Jerusalém para o restante do país, fazendo temer uma terceira Intifada.

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