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Artur Mas quer antecipar legislativas para votar independência da Catalunha

"O resultado será nítido, claro e compreensível, para que não possa dar lugar a discussões sobre a votação", afirmou em um discurso de mais de uma hora

Agência France-Presse
postado em 25/11/2014 21:05
Barcelona- O chefe do governo regional catalão, o nacionalista Artur Mas, declarou nesta terça-feira estar disposto a convocar eleições legislativas antecipadas como "único e último mecanismo" para votar sobre a independência da Espanha, depois do veto de Madri a um referendo.

Mas, que ainda não havia se pronunciado claramente desde a votação simbólica de 9 de novembro, propôs, diante de uma multidão reunida em Barcelona, um plano muito detalhado, mas sem fixar data, envolvendo um conjunto de partidos favoráveis à independência em uma lista comum junto a representantes da sociedade civil.

"Chegou o momento de utilizar o único instrumento que nos resta para realizar a consulta", afirmou Mas, optando por "eleições como único e último mecanismo" e convocando os partidos catalães e as associações independentes para apoiar um programa claro.

"O resultado será nítido, claro e compreensível, para que não possa dar lugar a discussões sobre a votação", afirmou em um discurso de mais de uma hora.



O chefe do governo regional catalão enfrenta há dois anos o governo espanhol de Mariano Rajoy por seu desejo de convocar um referendo sobre a independência desta grande região de 7,5 milhões de habitantes e responsável por quase 20% da riqueza do país.

Sua escolha por esta solução foi feita depois que Madri se opôs à realização de uma consulta não obrigatória e uma votação simbólica.

"Não é o melhor dos instrumentos, mas não temos outro", afirmou diante da multidão que o respondeu com gritos de independência.

Pelo plano, o governo em final de mandato comunicará à Espanha e à comunidade internacional "a intenção de construir um Estado na Catalunha", além de iniciar negociações sobre as condições de separação, preparar a estrutura de um novo Estado e "as bases de uma futura constituição catalã".

Mas afirmou que, se a proposta da independência for derrotada, não voltará a apresentar as eleições constitucionais que prevê convocar no prazo de 18 meses.

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