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Homem mata dois policiais em Nova York e depois comete suicídio

Eles foram assassinados a tiros, sem advertência, quando estavam sentados em sua patrulha no Brooklyn

Agência France-Presse
postado em 21/12/2014 09:08
Nova York - Dois policiais de Nova York foram assassinados a tiros no sábado em plena luz do dia, quando estavam sentados em sua viatura, por um homem que depois cometeu suicídio.

"Eles foram assassinados a tiros, sem advertência, quando estavam sentados em sua patrulha no Brooklyn. Foram simplesmente assassinados", afirmou o chefe de polícia de Nova York, Bill Bratton, em uma entrevista coletiva.

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Wenjian Liu, que havia se casado há dois meses, e Rafael Ramos, pai de um adolescente de 13 anos, foram "emboscados e assassinados" - com tiros na cabeça - quando estavam sentados na parte dianteira de um carro de polícia, completou Bratton.

O ataque aconteceu no bairro de Bedford Stuyvesant, Brooklyn, às 14H50 locais (17h50 de Brasília). As motivações do criminoso ainda não foram determinadas, mas não há nenhum indício de ligação com um ato de terrorismo, afirmou Bratton.

A polícia identificou o atirador como Ismaaiyl Brinsley, um afro-americano de 28 anos. Na manhã de sábado, o jovem atirou contra a ex-namorada em Baltimore, antes de viajar até o Brooklyn e matar os dois agentes.

Os oficiais não tiveram tempo de reagir e não conseguiram sequer observar o agressor, de acordo com Bratton.Depois do crime, Brinsley fugiu a pé, entrou em uma estação de metrô e cometeu suicídio com um tiro na cabeça."Brinsley atirou na cabeça. Tirou sua vida. Encontramos uma arma prateada semiautomática perto do corpo", disse Bratton.


Um ato de violência atroz

O presidente americano, Barack Obama, condenou com veemência os assassinatos. "Condeno incondicionalmente o assassinato no dia de hoje de dois agentes de polícia de Nova York. Estes dois homens não voltarão esta noite para casa, com seus entes queridos. Não há justificativa para isto", afirmou Obama em um comunicado.

"Esta noite, peço às pessoas que rejeitem a violência e as palavras que ferem, e que prefiram as palavras que curam", completou o presidente.

O secretário de Justiça do país, Eric Holder, afirmou que o ataque é uma recordação dos perigos enfrentados pela polícia. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, denunciou um "assassinato que parece uma execução".

O procurador do estado de Nova York, Eric Schneiderman, denunciou um "ato de violência atroz" e expressou condolências às famílias das vítimas.

De acordo com Bratton, Brinsley teria publicado em sua conta na rede social Instagram comentários agressivos contra a polícia. "Se levaram um dos nossos, vamos pegar dois deles", teria escrito Brinsley ao lado de uma foto de uma pistola prateada, em referência aos casos Eric Garner e Michael Brown.

Eric Garner, um afro-americano vendedor ambulante de cigarros e pai de seis filhos, morreu em julho em Staten Island, bairro de Nova York, quando um policial o imobilizou com um estrangulamento que impediu a vítima de respirar.

Michael Brown, um jovem negro de 18 anos, foi morto por um policial branco em agosto na cidade de Ferguson, Missouri. Nos dois casos, um grande júri decidiu não levar os policiais envolvidos a julgamento, o que provocou uma onda de indignação no país.

O pastor Al Sharpton, figura emblemática da luta pelos direitos civis, amigo da família Garner, denunciou no sábado qualquer tentativa de vincular os dois casos.

"Conversei com a família Garner e estavam escandalizados com as mortes dos policiais no Brooklyn. Condenamos qualquer uso do nome de Eric Garner ou de Michael Brown em relação a atos violentos ou assassinatos de policiais", afirma em um comunicado.

A família Brown também condenou as mortes dos policiais. "Rejeitamos qualquer tipo de violência dirigida contra os membros das forças de segurança. Não pode ser tolerado. Devemos trabalhar juntos para alcançar a paz em nossas comunidades", afirma a família Brown em um comunicado.

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