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Encontrado cadáver de jornalista sequestrado no estado mexicano de Veracruz

Antes de ser sequestrado, Moisés Sánchez Cerezo, proprietário e editor do jornal "La Unión de Medellín", havia denunciado nas redes sociais ser vítima de ameaças de morte

Agência France-Presse
postado em 26/01/2015 08:04
A imprensa mexicana sofreu no domingo um novo golpe com a descoberta do cadáver do jornalista Moisés Sánchez Cerezo, que havia sido sequestrado no dia 2 de janeiro em Veracruz, no leste do México.

O corpo de Moisés Sánchez Cerezo, de 49 anos, foi encontrado envolvido em um saco plástico preto no município de Manlio Fabio Altamirano, uma pequena localidade de 20.300 habitantes do estado de Veracruz, informou em uma coletiva de imprensa o promotor Luis Ángel Bravo.

Uma jornalista segura um cartaz com a foto do colega de profissão Moisés Sánchez Cerezo durante protesto, nesse domingo, contra o desaparecimento dele

O falecimento remonta a "entre 20 e 24 dias", acrescentou o promotor do estado de Veracruz, onde desde 2010 um total de 11 jornalistas foram assassinados.

Antes de ser sequestrado, Moisés Sánchez Cerezo, proprietário e editor do jornal "La Unión de Medellín", havia denunciado nas redes sociais ser vítima de ameaças de morte.

O promotor disse que a localização do cadáver foi resultado da confissão de um ex-policial municipal detido durante a investigação do crime, que declarou ter participado do assassinato de Moisés Sánchez, realizado no mesmo dia em que foi sequestrado em sua casa localizada no município de Medellín (59.000 habitantes) no dia 2 de janeiro.

Em um comunicado emitido pouco depois, a promotoria indicou que o detido relatou que outras cinco pessoas participaram do sequestro e assassinato de Sánchez e que o crime foi cometido "por ordem direta de Martín López Meneses, vice-diretor da polícia municipal do (município de) Medellín", localidade situada a 400 km da capital mexicana.

O ex-policial detido confessou em sua declaração judicial que pertence a um grupo dedicado à venda de drogas nas ruas. López Meneses também atua como motorista e segurança particular do presidente municipal, Omar Cruz Reyes, acrescentou o documento.

Uma dúzia de policiais municipais foram detidos de forma provisória desde o início das investigações pelo sequestro do jornalista, cujo jornal que possui se caracteriza por publicar temas relacionados ao crime. Omar Cruz depôs de forma voluntária.



Moisés Sánchez Cerezo foi sequestrado na tarde de 2 de janeiro quando estava dormindo em casa, e seus captores também levaram sua câmera e seu telefone celular.

Com a sua morte já são 11 os jornalistas assassinados em Veracruz desde que Javier Duarte assumiu o governo deste estado, em dezembro de 2010.

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