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Israel enterra os dois soldados mortos em ataque do Hezbollah

Os militares foram vítimas de pelo menos cinco mísseis, segundo a imprensa israelense

Agência France-Presse
postado em 29/01/2015 11:52
Israel enterra nesta quinta-feira os dois militares mortos na véspera em um ataque do Hezbollah libanês, que o país prometeu vingar, apesar de uma escalada da violência não interessar a ninguém no momento.

Centenas de pessoas, incluindo soldados da brigada Givati, acompanharam o enterro do capitão Yochai Kalangel, de 25 anos, no cemitério militar do monte Herzl, em Jerusalém.

O capitão Kalangel, promovido a comandante a título póstumo, morreu na quarta-feira ao lado do sargento Dor Chaim Nini na explosão de mísseis lançados contra um comboio da brigada Givati perto de Ghajar, na área ocupada das fazendas de Shebaa, na tríplice fronteira de Israel, Síria e Líbano. Sete soldados foram feridos.

Chaim Nini, 20 anos, promovido a sargento-chefe, será sepultado durante a tarde em Shtulim, perto de Ashdod.

Dor Chaim Nini chegou na terça-feira à região e conversou com a namorada durante a manhã de quarta-feira. "Não se preocupe, retorno à noite", disse, de acordo com parentes.

Os militares foram vítimas de pelo menos cinco mísseis, segundo a imprensa israelense. A calma retornou nesta quinta-feira à fronteira, que permanece em estado de alerta.

O exército mantém canhões posicionados, mas a presença de soldado é mais discreta. As escolas abriram as portas, assim como a estação de esqui do monte Hermon.

Do lado libanês, a situação também parecia tranquila. A Agência Nacional de Informação destacou a presença de drones israelenses no espaço aéreo do sul do Líbano e da região de Bekaa (leste).

O exército israelense considera os acontecimentos os mais graves desde 2006 e a guerra devastadora entre Israel e o Hezbollah xiita libanês.

"Os que estão por trás destes ataques pagarão por isto", prometeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Em um comunicado de reivindicação do ataque, o Hezbollah dá a entender que a ação foi uma represália a uma ação de 18 de janeiro nas colinas de Golã, atribuída a Israel.

No ataque, cuja responsabilidade Israel nunca assumiu ou desmentiu, morreram seis integrantes do Hezbollah. Analistas acreditam que as duas partes poderiam optar por evitar uma escalada.

Em um fato raro, o ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon, afirmou que o Hezbollah, segundo ele, enviou a Israel uma mensagem por intermédio da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), segundo a qual, "de seu ponto de vista o incidente está terminado".



"Os riscos (de escalada) são mínimos, para não dizer inexistentes", disse à AFP Yaakov Amidror, ex-conselheiro de segurança nacional de Netanyahu.

"A nenhuma das partes interessa uma operação maior. Para o Hezbollah, em particular, é mais urgente prosseguir o combate com o exército do presidente Bashar al-Assad na Síria para preservar sua retaguarda síria", completou.

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