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Governo grego inicia negociações com dirigentes europeus

Diante dos muitos anúncios contra a austeridade do governo de Tsipras, Schulz endureceu o tom com o governo grego

Agência France-Presse
postado em 29/01/2015 19:16
O governo grego iniciou nesta quinta-feira, com a visita do presidente do Parlamento Europeu, negociações dos dirigentes da UE em meio às medidas contra a austeridade e a queda nas cotações dos bancos na bolsa de Atenas.

O presidente da Eurocâmara, Martin Schulz, teve um encontro com o primeiro-ministro Alexis Tsipras na manhã desta quinta-feira. Na sexta, o primeiro-ministro, líder do partido de esquerda Syriza, receberá o chefe do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem.

Diante dos muitos anúncios contra a austeridade do governo de Tsipras, Schulz endureceu o tom com o governo grego na quarta-feira. Em mensagem na rede LinkedIn escreveu: "se o novo governo do Syriza quer dizer não para tudo, então a força do senhor Tsipras pode ser de curta duração".

O governo de coalizão de Tsipras, formado pelo Syriza e pelo Gregos Independentes, manifestou abertamente suas intenções na quarta-feira, com uma avalanche de anúncios contrários à doutrina da austeridade, como o congelamento de várias privatizações, o aumento do salário mínimo e a reintegração de funcionários.

Tsipras também anunciou que buscará com a troika de credores do país (UE, BCE e FMI) uma solução "viável" e "mutuamente favorável" ao problema da dívida (175% do PIB) e ao programa de assistência financeira vigente.

Os mercados reagem

Os mercados responderam na quarta-feira com fortes quedas aos primeiros anúncios do governo de Tsipras.

A bolsa de Atenas recuou 9,24%, em um dia especialmente ruim para os bancos, cujas ações perderam um quarto de seu valor.

Nesta quinta-feira, a bolsa de Atenas começou o dia em recuperação. No meio da sessão, registrava uma alta de 3,6%.

Segundo a agência financeira Bloomberg, que cita dados do Banco da Grécia, em janeiro os clientes realizaram saques no valor de 11bilhões de euros dos bancos gregos. O montante é muito maior do que os 3 bilhões de euros sacados em dezembro do ano passado.

O número dois do governo, Yannis Dragasakis, tentou enviar uma mensagem de calma na noite de quarta-feira, assegurando que o objetivo do governo é "fortalecer os bancos", dependentes da liquidez do Banco Central Europeu, "melhorar sua posição e de modo geral desenvolver nossa economia".

Ao mesmo tempo, Dragasakis, coordenador das carteiras econômicas do executivo, disse que "para nós, o memorando (das medidas de austeridade aplicadas em troca da ajuda) está terminado".

Em Washington, a Casa Branca afirmou que está acompanhando de perto da situação na Grécia.

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