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Manifestantes pedem prisão para Kissinger no Congresso dos EUA

'Detenham Kissinger por crimes de guerra', dizia uma faixa colocada por manifestantes do grupo pacifista

Agência France-Presse
postado em 29/01/2015 21:33
O ex-secretário de Estado e personalidade proeminente da diplomacia americana, Henry Kissinger, foi nesta quinta-feira ao Congresso para discutir os desafios na segurança global, mas foi recebido por manifestantes que pediram que fosse detido por crimes de guerra no Chile, no Vietnã e no Camboja.

"Detenham Kissinger por crimes de guerra", dizia uma faixa colocada por manifestantes do grupo pacifista "Code Pink" (Código Rosa).

Alguns integrantes do grupo repetiram, em coro, a mesma palavra de ordem, no início da audiência da Comissão de Serviços Armados do Senado, hostilizando senadores, Kissinger e outros dois ex-secretários de Estado convidados à sessão, Madeleine Albright e George Shultz.

A invasão do grupo pacifista enojou o senador John McCain, presidente da comissão de assuntos militares do Senado, que tentou tomar o controle da situação e se referiu a um dos manifestantes, chamando-o de "escória".

Depois de restabelecida a ordem e quando Kissinger começava sua intervenção, uma mulher exigiu que o ex-secretário de Estado fosse detido porque ele "coordenou o massacre em Vietnã, Camboja e Laos".

A mulher também disse que Kissinger foi o principal arquiteto do golpe de Estado de 1973 no Chile.

"Fui membro deste comitê por muitos anos e nunca vi nada tão vergonhoso, irritante e desprezível como esta última manifestação que acaba de acontecer", reagiu McCain.

Quando um dos manifestantes prosseguiu, o senador se mostrou ainda mais incomodado. "Vai ter que calar a boca ou vou mandar prendê-lo", disse, para depois afirmar "saia daqui, escória".

Kissinger é alvo frequente de protestos, é acusado de vários crimes, inclusive a participação no bombardeio secreto do Camboja, quando trabalhava na administração do então presidente Richard Nixon.

McCain, que foi prisioneiro de guerra no Vietnã, tem estreitos vínculos pessoais com Kissinger, e se desculpou "abundantemente" pelos ataques dos manifestantes.

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