Mundo

À beira da convulsão, Venezuela será palco de manifestações neste sábado

Ativistas denunciam violações dos direitos humanos e pedem ajuda internacional. Presidente Nicolás Maduro e pai de estudante morto convocam protestos para hoje. Congresso brasileiro e Itamaraty destoam sobre crise

Rodrigo Craveiro
postado em 28/02/2015 08:03

Estudante encara agentes da Polícia Nacional Bolivariana em San Cristóbal (Táchira): confrontos deixaram 20 feridos desde a noite de quinta-feira

Manifestantes feridos e impedidos pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB) de receber socorro, médicos e bombeiros detidos, denúncias de desaparecimento de estudantes, prisões arbitrárias. A Venezuela viveu, nas últimas horas, um aumento da repressão em San Cristóbal, capital do estado de Táchira, e em Mérida, cidade situada a 509km de Caracas. ;Não há garantias constitucionais em nosso país;, lamentou ao Correio o radialista Saul Acevedo, um dos porta-vozes da resistência em Táchira. ;Desde a noite de quinta-feira, tivemos 20 feridos, três deles em estado grave. Algumas pessoas foram atingidas com mais de 20 cápsulas de chumbo, que ficaram presas ao corpo;, acrescentou.

Leia mais notícias em Mundo

De acordo com Acevedo, os médicos Luisa Carrillo e Carlos Pieper, e os bombeiros Daniel Ruiz e sargento Oscar Ramones ; que estavam numa ambulância ; foram levados pelo serviço de inteligência Sebin e interrogados, sob a acusação de envolvimento com o ;desaparecimento; de estudantes. ;Hoje (ontem), cinco universitários acabaram capturados enquanto sacavam dinheiro num caixa eletrônico do lado de fora da Universidad de Los Andes;, relatou o porta-voz. Ele acusou as forças de segurança do governo de violarem o Tratado da Convenção de Genebra, ao dificultarem o resgate de ativistas feridos, e pediu a ajuda da Cruz Vermelha e da Anisitia Internacional.

[SAIBAMAIS]Em Mérida, Charleidy Contreras ; estudante de direito da Universidad de Los Andes ; contou ao Correio que uma série de protestos tem ocorrido nos últimos dias. ;Hoje (ontem), o entorno do câmpus foi militarizado pela GNB e pela Polícia Nacional Bolivariana. Pelo menos três pessoas ficaram feridas por balas de chumbo e quatro foram detidas. Temos visto muita tensão. Clamamos a sociedade civil a tomar as ruas para exigir a renúncia do presidente Nicolás Maduro;, disse, por telefone. Os confrontos entre encapuzados e policiais ocorreram próximo à Faculdade de Medicina.

O governo e a oposição prometem medir forças nas ruas de Caracas e de San Cristóbal, ao organizarem manifestações para hoje. ;Convido vocês para a grande marcha anti-imperialista do povo da Venezuela aqui em Caracas. Farei importantes anúncios durante essa marcha;, declarou Maduro. Erick Roa ; pai de Kluiverth Roa, estudante de 14 anos assassinado na terça-feira por um agente da PNB ; planeja uma ;passeata pela paz; a partir das 10h (11h30 em Brasília). ;Estamos convocando o povo da Venezuela para que nos acompanhem. Vamos pacificamente, todos vestidos de branco e com muita harmonia. Tudo o que queremos é paz e tranquilidade;, afirmou Erick à reportagem.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação