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Argentina mantém arquivos secretos de atentado abertos desde 2013

No domingo, quando a presidente Cristina Kirchner fazia seu discurso sobre o estado da República perante a Assembleia Legislativa, dois deputados da oposição penduram um cartaz que dizia "Abertura dos arquivos AMIA".

Agência France-Presse
postado em 02/03/2015 14:35
Buenos Aires - Os arquivos do atentado contra a mutual judia AMIA, que deixou 85 mortos e 300 feridos em Buenos Aires em 1994, estão abertos desde 2003, afirmou nesta segunda-feira o governo em reação a um pedido por transparência lançado pela oposição.

"Não há arquivo que ainda não tenha sido aberto. Aquele que acredita que ainda há arquivos que não foram abertos, que se apresente à Justiça e, em caso afirmativo, a presidente irá abri-lo", declarou o chefe de gabinete, Aníbal Fernández.

[SAIBAMAIS]

No domingo, quando a presidente Cristina Kirchner fazia seu discurso sobre o estado da República perante a Assembleia Legislativa (deputados e senadores), dois deputados da oposição penduram um cartaz que dizia "Abertura dos arquivos AMIA".



Ao ver o cartaz, a presidente disse em voz alta que foi ela "quem mais fez" para esclarecer o ataque ao queixar-se à Assembleia da ONU para que o Irã aceitasse o interrogatório dos suspeitos.

A Justiça argentina acusou em 2006 ex-líderes iranianos pelo ataque e pediu a sua captura à Interpol.Em 2013 foi assinado um acordo com Teerã para formar uma comissão de juristas internacionais para trabalhar com a Argentina, mas nenhum dos réus, incluindo o presidente iraniano Ali Rafsanjani, aceitaram ser interrogados.

Em janeiro, o promotor Alberto Nisman acusou a presidente de encobrir os iranianos em troca de petróleo, embora este seja inutilizável nas refinarias da Argentina, e a denunciou por pedir à Interpol que retirasse o pedido de captura.Mas a Interpol negou que Kirchner tenha feito tal pedido, enquanto o juiz do caso, Daniel Rafecas, rejeitou na quinta-feira a denúncia de Nisman.

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