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OSCE enviará observadores a pontos críticos do leste da Ucrânia

A situação na Ucrânia experimentou avanços, mas ainda deve ser melhorada, disse a presidência francesa

Agência France-Presse
postado em 03/03/2015 15:11
Os presidentes de França, Rússia e Ucrânia e a chanceler alemã concordaram em enviar observadores da OSCE a pontos críticos do front no leste da Ucrânia onde foram constatadas violações da trégua, anunciou nesta terça-feira a presidência ucraniana.

A decisão foi tomada durante uma conversa telefônica entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes francês, François Hollande, russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Petro Poroshenko, na madrugada desta terça-feira, declarou a presidência através de um comunicado.

"Os interlocutores apoiaram a proposta ucraniana de enviar observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) a todos os pontos onde o cessar-fogo foi violado, começando por 10 localidades" das regiões de Donetsk e Lugansk, uma das quais está sob o controle dos separatistas pró-russos, informava a nota.

Embora as autoridades alemãs, francesas e russas tenham informado sobre esta conversa em seus respectivos comunicados, não mencionaram o acordo para a mobilização de observadores nos pontos críticos proposta por Kiev.

Os quatro dirigentes "concordaram que a OSCE deve ter um papel ainda mais importante na vigilância do cessar-fogo e na retirada das armas; e solicitaram que a OSCE publique um relatório diário sobre os trabalhos em curso", indicou o porta-voz de Angela Merkel, Steffen Seibert, em um comunicado.

A situação na Ucrânia experimentou avanços, mas ainda deve ser melhorada, disse a presidência francesa.

Segundo as agências de notícias russas, Merkel sugeriu, durante a conversa telefônica, organizar uma reunião de vice-ministros das Relações Exteriores na sexta-feira em Berlim para avançar na aplicação dos acordos de paz. Não foi possível, no entanto, conseguir nenhuma confirmação oficial desta reunião.

O cessar-fogo está em vigor na Ucrânia desde 15 de fevereiro, mas Kiev e os rebeldes pró-russos se acusaram mutuamente de violá-lo, e os separatistas chegaram inclusive a conquistar a cidade estratégica de Debaltseve poucos dias após sua entrada em vigor.

Falta de confiança

O Ocidente acusou a Rússia de armar os separatistas e mobilizar suas tropas na Ucrânia.

Mas enquanto Moscou segue negando seu envolvimento no conflito, vários meios de comunicação russos publicaram, nas últimas semanas, entrevistas de soldados russos que combatem na Ucrânia.

Na segunda-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, e seu colega russo, Serguei Lavrov, se reuniram em Genebra para buscar uma solução para a guerra, que já deixou mais de 6.000 mortos em 11 meses.

Após um encontro de 80 minutos, Kerry se declarou muito esperançoso sobre um fim das hostilidades entre as tropas de Kiev e os separatistas.

Longe de compartilhar este otimismo, o chefe da diplomacia ucraniana, Pavlo Klimkin, expressou nesta terça-feira suas dúvidas sobre um cessar-fogo duradouro em seu país.

"Segue existindo um problema de falta de confiança nas relações entre Ucrânia e Rússia. Realmente não podemos contar com os acordos assinados com os russos", afirmou durante uma visita a Tóquio.

Entretanto, no leste da Ucrânia voltaram a ser registrados combates esporádicos, segundo as forças ucranianas, mas a situação seguia tranquila no conjunto do território.

"As posições ucranianas foram alvos de disparos em 22 ocasiões nas últimas 24 horas", indicou na manhã desta terça-feira um porta-voz militar ucraniano, Vladislav Seleznev.

Na noite de segunda-feira, os tanques e a artilharia separatista atacaram os povoados de Piski e Opitne, assim como a cidade de Avdiivka, perto do reduto rebelde de Donetsk, disse outro porta-voz militar, Anatoli Stelmakh.

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