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Violência xenofóbica na África do Sul preocupa líderes das Nações Unidas

Maioria dos estrangeiros que fugiram da violência são pessoas sem documentos que entraram na África de forma ilegal

Agência France-Presse
postado em 17/04/2015 10:59
Genebra, Suíça - Mais de cinco mil estrangeiros, sobretudo demandantes de asilo e refugiados africanos, foram deslocados pelos episódios de violência xenofóbica que atingem a África do Sul há três semanas, indicou a ONU, que disse estar muito preocupada.

"Na África do Sul, os ataques xenofóbicos nas últimas três semanas mataram seis pessoas e deslocaram mais de cinco mil estrangeiros, incluindo refugiados e demandantes de asilo, na província de Kwazulu-Natal", declarou um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, em uma coletiva de imprensa em Genebra. "A maior parte (dos deslocados) é originária de países africanos", explicou outra porta-voz da ACNUR, Karin de Gruijil. Trata-se, sobretudo, de "demandantes de asilo" que procedem, em sua maioria, "de Moçambique, do Malauí e do Zimbábue".

[SAIBAMAIS]Segundo ela, 50% dos estrangeiros que fugiram da violência são pessoas sem documentos que entraram na África de forma ilegal. "O ACNUR está muito preocupado. Celebramos a resposta do governo que tenta conter a situação e ajudar os que tiveram que fugir de suas casas", disse Edwards. "Os afetados por estes ataques xenofóbicos são refugiados e demandantes de asilo que tiveram que abandonar seus países por culpa da guerra e das perseguições. Estão na África do Sul e precisam ser protegidos", acrescentou.



A agência da ONU enviou uma equipe a Durban para avaliar a situação. Os deslocados foram levados a quatro refúgios, mas são necessárias mais instalações para acolhê-los, explicou o ACNUR. As condições de vida nestes centros são muito básicas e devem ser melhoradas para responder às necessidades de saúde dos estrangeiros, alertou Edwards.

Outros estrangeiros encontraram refúgio nas mesquitas, igrejas e em outros edifícios. Em 2008, distúrbios xenofóbicos deixaram 62 mortos na África do Sul e dezenas de milhares de deslocados.

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