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Papa expressa compaixão após 'assassinato de cristãos inocentes' na Líbia

Mais cedo, o Vaticano pediu à comunidade internacional para "deter o avanço da crueldade e a perseguição dos cristãos", após a execução, na Líbia, por membros do Estado Islâmico

Agência France-Presse
postado em 20/04/2015 18:30
Vaticano - O papa Francisco expressou nesta segunda-feira sua "compaixão" após o "assassinato de cristãos inocentes", 28 etíopes executados pelo grupo radical Estado Islâmico (EI) na Líbia e pediu às autoridades da comunidade internacional que reajam ao "grito" das vítimas.

"Soube dos novos e repugnantes atos de violência praticados contra cristãos inocentes na Líbia, mortos pela única razão de acreditar no Senhor e Salvador Jesus Cristo", escreveu o pontífice em uma mensagem enviada ao patriarca ortodoxo copta Tewahedo.

Francisco destacou que está junto dele "na oração" pelo "martírio que continua sendo aplicado tão cruelmente aos cristãos na África, no Oriente Médio e em algumas partes da Ásia".

"Sejam eles católicos, coptas, ortodoxos ou protestantes, não há nenhuma diferença. Seu sangue é o mesmo. O testemunho dos nossos irmãos e irmãs cristãos é um testemunho que grita e deve ser escutado por qualquer homem que sabe distinguir entre o bem e o mal. O grito deve ser tanto mais escutado por aqueles que têm em suas mãos o destino dos povos", destacou o papa.

Mais cedo, o Vaticano pediu à comunidade internacional para "deter o avanço da crueldade e a perseguição dos cristãos", após a execução, na Líbia, por membros do Estado Islâmico, dos cristãos, apresentados como etíopes, aos quais qualificou como "mártires" da fé.

"Presto homenagem a estes mártires e expresso minha admiração por estes filhos da Etiópia que manifestaram sua adesão a Cristo até dar seu sangue por ele", disse o cardeal Leonardo Sandri, presidente da Congregação Vaticana para as Igrejas orientais, à Rádio Vaticano.

Em fevereiro, o papa Francisco já tinha saudado "o testemunho de fé" de 21 coptas egípcios decapitados na Líbia por jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).

"O sangue dos nossos irmãos cristãos é um testemunho de fé e pouco importa que sejam católicos, ortodoxos, luteranos, coptas: isto não interessa aos seus perseguidores, que só veem que são cristãos porque seu sangue é o mesmo", disse.

Reagindo ao massacre dos cristãos etíopes, Don Mussie Zerai, sacerdote eritreu que dirige uma associação de ajuda a imigrantes africanos na Itália, declarou à AFP ser "possível que traficantes os tenham vendido a jihadistas o EI" e isto "sem saber a quem vendiam estes homens".

A compra e venda de imigrantes é, segundo ele, uma prática comum entre grupos armados, especialmente na região de Misrata, onde há contatos entre milícias e o EI.



No domingo, o grupo radical divulgou um vídeo em que ameaça cristãos, mostrando a execução de pelo menos 28 homens apresentados como etíopes por jihadistas na Líbia. A difusão deste vídeo em sites da internet jihadistas ocorre dois meses depois da difusão de imagens das execuções de 21 cristãos coptas.

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