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Vaticano rejeita ação militar contra navios de traficantes na Líbia

O presidente francês, François Hollande, anunciou que será apresentada uma resolução na ONU para tornar possível a destruição de embarcações dos traficantes antes de zarparem da Líbia

postado em 24/04/2015 17:47
Cidade do Vaticano - O Vaticano criticou com dureza, nesta sexta-feira, o projeto dos líderes europeus de lançar uma ação militar com o aval da ONU para destruir navios de traficantes de seres humanos na Líbia por considerar a medida contrária ao direito internacional.

A União Europeia tinha decidido na quinta-feira pedir às Nações Unidas apoio a uma ação armada para lidar com o tráfico de seres humanos, após uma cúpula europeia, convocada depois do naufrágio de uma embarcação no Mediterrâneo, em 19 de abril, que deixou centenas de mortos.



O presidente francês, François Hollande, anunciou que será apresentada uma resolução na ONU para tornar possível a destruição de embarcações dos traficantes antes de zarparem da Líbia.

"A decisão tomada foi apresentar todas as opções para que os navios possam ser apreendidos, aniquilados" antes de que migrantes embarquem, declarou o presidente.

"Isto só pode ser feito no âmbito de uma resolução do Conselho de Segurança e a França tomará uma iniciativa com outros" países, acrescentou.

É uma ideia muito estranha. A quem vão bombardear? E o direito internacional? Bombardear um país um ato de guerra", afirmou o "ministro" do Papa encarregado das migrações, o cardeal italiano Antonio Maria Veglio, à agência do episcopado italiano SIR.

"Contra quem vão atirar? Apenas em pequenos barcos de migrantes? Quem garante que esta arma não matará também as pessoas que estiverem perto, além de destruir os barcos?", acrescentou o cardeal, destacando que "enquanto houver guerras, ditaduras, terrorismo e miséria, haverá refugiados que irão aonde puderem ir".

Os dirigentes europeus pediram à mais alta encarregada da diplomacia comunitária, Federica Mogherini, que "comece imediatamente" os preparativos com vistas a uma possível missão militar, segundo o texto final da cúpula europeia.

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