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Investigação francesa volta a descartar que Arafat tenha sido envenenado

Um centro especializado na cidade suíça de Lausanne havia testado amostras biológicas coletadas dos objetos pessoais do líder palestino dados à viúva depois de sua morte

Agência France-Presse
postado em 05/05/2015 17:55

Um centro especializado na cidade suíça de Lausanne havia testado amostras biológicas coletadas dos objetos pessoais do líder palestino dados à viúva depois de sua morte

Nanterre - Especialistas franceses que reexaminavam evidências sobre a morte de Yasser Arafat, em 2004, confirmaram sua conclusão anterior de que o falecimento do líder palestino não ocorreu por envenenamento, declarou uma promotora.

A promotora de Nanterre (a oeste de Paris) disse que os especialistas descobriram que não houve crime na morte de Arafat, que na época gerou boatos de conspiração imediatos e duradouros.

Um centro especializado na cidade suíça de Lausanne havia testado amostras biológicas coletadas dos objetos pessoais de Arafat dados à viúva depois de sua morte e encontrou "níveis anormais de polônio" - uma toxina extremamente radioativa, mas negou-se a afirmar que Arafat tivesse sido envenenado com a substância.



Os especialistas franceses "sustentam que o polônio-210 e o chumbo-210 encontrados na sepultura de Arafat e nas amostras têm origem ambiental", declarou a promotora de Nanterre, Catherine Denis.

A reavaliação de dados anteriores "descarta a hipótese de uma ingestão aguda de polônio-210 nos dias anteriores ao aparecimento dos sintomas", declarou.

Ela confirmou as descobertas de outra investigação francesa, feita em 2013, que por sua vez confirmaram as de uma equipe russa. No entanto, segundo uma investigação suíça, a teoria de envenenamento é "mais consistente" com seus resultados.

Arafat morreu aos 75 anos em 11 de novembro de 2004 no hospital Percy de Clamart, perto de Paris. Ele tinha sido internado ali no final de outubro daquele ano após começar a sentir dores estomacais enquanto estava em seu quartel-general na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, onde vivia desde dezembro de 2001, cercado pelo Exército israelense.

A viúva de Arafat, Suha, apresentou uma queima na corte de Nanterre em 2012, alegando que o marido tinha sido assassinado, o que deu origem a um inquérito.

No mesmo ano, o túmulo de Arafat em Ramallah foi aberto por algumas horas, e permitiu-se a três equipes de investigadores franceses, suíços e russos coletar cerca de 60 amostras.Muitos palestinos acreditam que os israelenses envenenaram Arafat com a cumplicidade de algumas pessoas de seu entorno.

A substância polônio-210 ficou conhecida em 2006, quando um oficial foragido da inteligência russa que se tornou dissidente do regime do presidente Vladimir Putin, Alexander Litvinenko, foi morto em Londres com uma forte dose deste raro isótopo radioativo. Dois agentes russos foram apontados como os principais suspeitos pela polícia britânica, mas Moscou se recusou a extraditá-los.

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