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Distúrbios marcam a celebração da 'reunificação' de Jerusalém

A polícia indicou que dois agentes foram feridos por pedras atiradas pelos palestinos, e que pelo menos quatro deles foram presos perto da Porta de Damasco

Agência France-Presse
postado em 17/05/2015 17:14
Jerusalém - Confrontos entre palestinos e israelenses nacionalistas e policiais marcaram neste domingo a celebração do 48; aniversário da "reunificação" de Jerusalém, a ocupação desta parte da cidade por Israel.

Conhecido como Dia de Jerusalém, o aniversário comemora a conquista da cidade na Guerra dos Seis Dias em 1967 e a subsequente anexação da cidade oriental, de maioria árabe.

De acordo com uma declaração oficial, em um incidente "várias dezenas de muçulmanos entraram em confronto com um grupo de judeus". Testemunhas evocaram pelo menos dois palestinos feridos.

A polícia indicou que dois agentes foram feridos por pedras atiradas pelos palestinos, e que pelo menos quatro deles foram presos perto da Porta de Damasco, na Cidade Velha.

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A polícia não soube dizer quantos sionistas desfilaram pela Cidade Velha até o Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo, depois de passar pelo bairro muçulmano, mas disse esperar "grandes multidões." "Eles vêm aqui com o apoio de um governo extremista que paga os ônibus", declarou à AFP uma mulher palestina, Muna Barbar.

Os palestinos aspiram converter este setor de Jerusalém na capital de seu futuro Estado e se opõem a ampliação por Israel de seu controle sobre esta parte da cidade.

Mas os líderes israelenses insistem em afirmar que Jerusalém nunca voltará a ser dividida, referindo-se à cidade como "eterna e indivisível"

A ONG "Paz Agora", uma organização israelense que se opõe à colonização dos territórios palestinos, denunciou em um anúncio publicado no primeira página de domingo do jornal Haaretz que "nos bairros árabes de Jerusalém 2.500 colonos (israelenses) vivem no coração de uma população palestina de 300.000".

Enquanto isso, Gush Shalom ("Bloco da Paz"), uma organização de esquerda que também se opõe à colonização, convocou uma contra-manifestação neste domingo perto da Câmara Municipal para denunciar que a celebração "tornou-se uma ocasião para os grupos (extremistas israelenses) para espalhar o ódio, o racismo e a violência".

Israel conquistou e depois anexou a parte oriental da cidade durante a guerra com os países árabes em junho de 1967, uma anexação que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

Apesar disso, Israel construiu cerca de quinze bairros de colonos na área, onde mais de 200 mil israelenses vivem.

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