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Jornalista canadense é suspenso após acusação de falsas reportagens

Sengundo La Presse, o jornalista reconheceu em uma entrevista recente nunca ter ido a Misrata, na Líbia, lugar onde supostamente realizou uma reportagem

Agência France-Presse
postado em 24/05/2015 11:46
Montreal, Canadá - O jornalista canadense François Bugingo foi acusado de ter inventado diversas reportagens em zonas de conflito nos últimos 20 anos e foi suspenso dos meios de imprensa para os quais trabalha.

O grupo Media, filiado à Québecor, dono da rede de televisão TVA, anunciou a suspensão do jornalista, de 41 anos e originário do Congo, após o diário La Presse (grupo Gesca) publicar em sua edição de sábado uma investigação detalhada sobre reportagens na Líbia, Somália e Bósnia que "o jornalista inventou".

A investigação também coloca em dúvida outras reportagens baseadas nos testemunhos do jornalista que Bugingo assegurou ter conhecido enquanto trabalhava nas coberturas.

Sengundo La Presse, o jornalista reconheceu em uma entrevista recente nunca ter ido a Misrata, na Líbia, lugar onde supostamente realizou uma reportagem.

Em um comunicado, a direção da TVA declarou que "as alegações contra um de seus colaboradores, François Bugingo, são importantes e serão levadas a sério". Por isso "a colaboração de Bugingo foi suspensa até que se realizem verificações". O grupo esclareceu que o jornalista não é empregado do grupo Media, mas sim um "colaborador".

Bungingo foi também suspenso pelo grupo Cogeco, onde tinha uma coluna de política internacional na radio 98.5, de maior audiência em Quebec, e dos jornais do gruo Québecor para os quais colaborava, o jornal de Montreal e o jornal de Quebec.

O redator-chefe Dany Doucet informou que devido à "importância das alegações" foi tomada a decisão de suspender Bugingo.

O jornalista escreveu no sábado em sua página no Facebook que se sentia espantado com as afirmações do jornal, ao mesmo tempo que assegurou ter sempre produzido reportagens "verídicas e sólidas".



A Federação Profissional de Jornalistas de Quebec (FPJQ), da qual o jornalista é membro, disse que as acusações contra Bugingo são para "manchar a credibilidade da profissão de jornalista".

"Dada a gravidade e o caráter sistemático dos erros recriminados", o conselho da administração o convidou a "explicar-se", segundo um comunicado da FPJQ.

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