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Antigays ensaiam resistência à decisão que legalizou casamento homossexual

A decisão controversa foi resultado de votação apertada, com cinco votos a favor e quatro contra

postado em 28/06/2015 08:05

A bandeira americana exibida em versão arco-íris na parada gay de Berlim (E), pelo pessoal da embaixada, e na versão oficial, em Turim: o mundo aplaude a decisão da Suprema Corte

Ainda em meio à onda mundial de aplausos à decisão da Suprema Corte que derrubou os últimos obstáculos no país ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, os Estados Unidos assistem aos primeiros passos de um movimento de resistência à aplicação da jurisprudência em âmbito federal. Enquanto organizações da mídia, empresas e internautas de todos os continentes comemoravam a mudança, setores conservadores da sociedade americana questionavam o veredito da instância judicial máxima e tentavam atrasar ou bloquear os efeitos da decisão, com base em diferentes interpretações da Constituição do país e até mesmo em trechos da Bíblia.


[SAIBAMAIS]A decisão controversa foi resultado de votação apertada, com cinco votos a favor e quatro contra. Em seu voto vencido, o juiz da Suprema Corte Antonin Scalia afirmou que a legalização do casamento homossexual é ;um golpe judicial; e equivale à ;imposição de valores; por parte de uma ;maioria elitista de juízes; sobre 320 milhões de americanos. Segundo Scalia, os cinco votos que tornaram universal o direito ao casamento em todo o país, independentemente de sexo, contrariam ;uma visão que, até 15 anos atrás, era unânime entre todas as gerações de todas as sociedades;. O presidente da Suprema Corte, John Roberts, acredita que o ato jurídico, que se sobrepõe a leis contra a união gay aprovadas em 14 estados, ;tira o poder das mãos do povo;. ;O clero de togas pretas se pronunciou. Será que a Igreja se curvará perante os novos mestres?;, escreveu Roberts na sua manifestação contra a federalização do reconhecimento do casamento gay.


Desde o anúncio da decisão, na sexta-feira, casais do mesmo sexo se apressaram a oficializar a união em 13 dos 14 estados onde antes estavam impedidos de se casar. A exceção foi Louisiana, onde o procurador-geral James D. Caldwell contestou a decisão da Suprema Corte nacional e entravou os pedidos de casamento homoafetivos. Em comunicado, Caldwell afirmou que ainda não há obrigação legal para que as autoridades emitam certidão para casais do mesmo sexo naquele estado. O procurador considera a decisão uma ;intromissão do governo federal no que deveria ser uma questão estadual;. O governador Bobby Jindal também criticou os juízes da principal instância do Judiciário nos EUA.

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