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Obama enfrenta oposição à decisão de trocar embaixadores de Havana, em Cuba

Senadores que aspiram à Presidência em 2016 criticam a abertura diplomática, que tem apoio da maior parte dos americanos

postado em 06/07/2015 06:00
Edifício que abriga a seção de interesses dos EUA em Havana: adversários apontam o reatamento de relações como gesto de ajuda ao regime
Com data marcada para a reabertura de embaixadas em Havana e Washington, no próximo dia 20, o presidente Barack Obama depende do Congresso para que a iniciativa resulte em avanços significativos. A nomeação de um titular para a missão americana em Cuba e o fim do embargo econômico à ilha ; medida considerada fundamental para que a normalização das relações ; são algumas das questões-chave nas mãos do Legislativo, dominado pela oposição republicana. Apesar de a maioria dos americanos se mostrar simpática à reaproximação, o processo tem pela frente os interesses eleitorais dos senadores que disputam a candidatura presidencial republicana na eleição de 2016.

[SAIBAMAIS]Enquanto Obama dedica o último ano e meio de mandato a deixar sua marca na história, líderes da oposição adiantam que não facilitarão as coisas para o presidente. Apesar da disposição de ambos os lados para superar mais de 50 anos de estranhamento, sob aplausos da comunidade internacional, os pré-candidatos republicanos bombardearam a iniciativa durante todo o processo de negociação para a reabertura de embaixadas. A posição dos aspirantes à Presidência se explica, em parte, pela necessidade de disputar o eleitorado ultraconservador que participa em peso das primárias do Partido Republicano.

Ao menos cinco senadores estão na lista dos concorrentes à nomeação republicana: Rand Paul (Kentucky), Ted Cruz (Texas), Marco Rúbio (Flórida), Lindsey Graham (Carolina do Sul) e Rick Santorum (Pensilvânia). Santorum foi o único que não se pronunciou sobre o tema imediatamente após o anúncio de reabertura de embaixadas. Hans Hassell, cientista político do Cornell College, no estado de Iowa, observa que, embora parte do eleitorado americano considere correta a reaproximação com Cuba, também defende que a política externa americana seja ;mais forte em termos de valores;.

Com esse argumento, os legisladores republicanos cobram evidências de que o governo de Raúl Castro esteja disposto a apresentar avanços no respeito à democracia e aos direitos humanos. Na semana passada, o líder da maioria oposicionista no Senado, Mitch McConnell, afirmou que tais indícios não existem e que é improvável que a bancada aceite confirmar uma indicação de Obama para o posto de embaixador em Cuba.

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