Berlim, Alemanha - A Igreja Católica alemã perdeu um número recorde de fiéis, mais ainda do que em 2010, um ano marcado por casos de pedofilia, anunciou nesta sexta-feira (17/7) a Conferência Episcopal da Alemanha.
Mais de 280 mil residentes na Alemanha deixaram a Igreja Católica em 2014, 39 mil a mais do que no ano anterior.
Os católicos declarados, que ainda estão muito presentes no sul, chegam a apenas 24 milhões no total, o que representa 29,5% da população alemã, um refluxo que o presidente da Conferência Episcopal Alemã, o cardeal Reinhard Marx, "lamenta profundamente".
As autoridades católicas não conseguem explicar este fenômeno, cujas causas são menos evidentes do que em outros anos marcados por casos de pedofilia entre os sacerdotes, como aconteceu em 2010, quando 181.193 pessoas deixaram a Igreja.
O porta-voz da organização leiga católica Nós Somos a Igreja, Christian Weisner, considerou que "o espírito" reformista do papa Francisco "não foi tão sensível como deveria ter sido na Alemanha".
"É preciso romper" com a doutrina conservadora do papa anterior, Bento XVI, considerou.
Na Alemanha, todos os contribuintes devem se declarar católicos, protestantes ou sem religião. O Estado, portanto, retém entre 8% e 10% de imposto adicional daqueles que se declaram crentes para dar às duas igrejas, que gerem cada vez mais instituições, como creches e hospitais, através de associações religiosas.
Os contribuintes que se declaram não-crentes estão isentos deste imposto.