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Conselho de Segurança exige cessar-fogo imediato no Sudão do Sul

Em uma declaração aprovada por unanimidade, os 15 países-membros "saúdam a assinatura" deste acordo do presidente sul-sudanês

Agência France-Presse
postado em 28/08/2015 19:06

Nova York, Estados Unidos - O Conselho de Segurança da ONU exigiu nesta sexta-feira um "cessar-fogo imediato e permanente" no Sudão do Sul e fez ameaças de sanções aos beligerantes que violarem o acordo de paz assinado na quarta-feira, em Juba.

Em uma declaração aprovada por unanimidade, os 15 países-membros "saúdam a assinatura" deste acordo do presidente sul-sudanês, Salva Kiir, uma semana depois de seu adversário, Riek Machar, e convidam as duas partes "a aplicar plenamente o acordo" para por fim a um conflito que dura 20 meses.

Segundo os termos do acordo de paz, o cessar-fogo deveria entrar em vigor no sábado, mas o presidente Salva Kiir já ordenou às suas tropas suspender todas as operações.

O Conselho expressou "sua disposição ao considerar inapropriadas as medidas", inclusive "um embargo sobre as armas e sanções concretas adicionais".

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Diante da ameaça de sanções internacionais, Kiir assinou o acordo nesta quarta-feira, mas anexou uma lista de reservas, dizendo que teriam que ser abordadas para que o acordo tenha êxito no país mais jovem do mundo.

O líder rebelde Riek Machar havia assinado o acordo uma semana antes.

A disputa teve início em dezembro de 2013, quando Kiier acusou Machar de planejar um golpe de Estado, desatando uma onda de massacres que dividiu o país em termos étnicos.

Pelo menos sete compromissos de cessar-fogo foram acordados e rompidos dias ou horas depois.

O acordo dá aos rebeldes o cargo de primeiro vice-presidente, o que significa que Machar poderia retornar ao posto do qual foi expulso em julho de 2013, um acontecimento que deixou o país às portas da guerra no mesmo ano.

Calcula-se que dezenas de milhares de pessoas tenham morrido em uma guerra marcada por massacres étnicos, estupros em massa e recrutamento de crianças.

O Conselho de Segurança informou que os responsáveis por violações dos direitos humanos devem enfrentar a justiça.

Dois milhões e duzentas mil pessoas foram deslocadas de suas casas durante o conflito. Duzentos mil civis aterrorizados estão refugiados em bases da ONU.

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