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Trump quer construir muro com o México e deportar 11 milhões de imigrantes

Declarações foram feitas durante o debate entre os pré-candidatos candidatos republicanos à presidência dos EUA

Agência France-Presse
postado em 17/09/2015 08:30
Candidato Donald Trump durante discurso no debate entre os pré-candidatos republicanos à presidência dos EUA

Simi Valley, Estados Unidos -
O magnata americano Donald Trump, pré-candidato republicano melhor posicionado nas pesquisas, participou na noite desta quarta-feira de mais um debate, a cinco meses do início das primárias nos Estados Unidos, onde voltou a prometer a construção de um muro na fronteira com o México.

[SAIBAMAIS]"Antes de mais nada, quero construir um muro, um muro que funcione", disse Trump, acrescentando que "há muita gente ruim neste país que vem de fora". "Se for eleito (presidente), no primeiro dia esta gente vai partir daqui". "Os Estados Unidos são um país baseado em leis e vou garantir que estas leis sejam respeitadas. Estes são imigrantes ilegais", afirmou Trump, que ameaça deportar 11 milhões de estrangeiros.

O segundo colocado nas pesquisas entre os republicanos, o cirurgião afro-americano Ben Carson, disse que é inviável deportar 11 milhões de imigrantes ilegais, mas concordou que a fronteira entre Estados Unidos e México está desprotegida. A expulsão dos imigrantes ilegais - a maioria latinos - seria uma tarefa gigantesca, avaliou Carson. "Estou disposto a escutar como alguém faria isto a um custo razoável, posso discutir isto".

O governador de Ohio, John Kasich, estimou que deportar "15 mil pessoas por dia, durante dois anos, é algo que nenhum de nós é capaz de fazer. Precisamos algo além de um muro".

O ex-governador da Flórida, Jeb Bush (casado com uma mexicana), e o senador pelo mesmo estado Marco Rubio (neto de imigrantes cubanos) criticaram a ideia de deportação em massa, mas apoiaram um reforço da fronteira com o México. "Construir um muro e deportar meio milhão de pessoas ao mês nos custará centenas de bilhões de dólares, destruirá a vida de comunidades e enviará um sinal ao mundo de que os valores que são importantes para nós já não importam neste país", advertiu Bush.



Antes do debate, Bobby Jindal, governador da Louisiana e que aparece com menos de 1% das intenções de voto, disse que é preciso "parar de tratar Donald Trump como se fosse republicano".

Trump já se declarou democrata no passado, fundamentalmente em uma entrevista de 2004 que tem sido explorada pelos rivais, quando afirmou que "a economia anda melhor com os democratas do que com os republicanos". O debate desta quarta-feira criou expectativa sobre o desempenho de Carson, um novato no cenário político e que assumiu o segundo lugar nas pesquisas, em algumas delas muito próximo de Trump.

Carson, um neurocirurgião negro - interpretado por Cuba Gooding no filme "Gifted Hands: The Ben Carson Story" - iniciou uma disputa particular com Trump depois de questionar as convicções religiosas do empresário. Já Trump diz que Carson é apenas um médico regular, quando na verdade o pré-candidato é um dos neurocirurgiões mais renomados do mundo, fundamentalmente por suas operações de separação de siameses.

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