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Cerca de 40 brasileiros estão em área bloqueada por manifestantes no Peru

Turistas não conseguem deixar o país por causa de protestos de mineradores; estradas estão fechadas há nove dias

postado em 01/12/2015 18:39

Turistas não conseguem deixar o país por causa de protestos de mineradores; estradas estão fechadas há nove dias

De acordo com a Embaixada do Brasil em Lima, entre 30 e 40 brasileiros não conseguem deixar o Peru por causa das manifestações de mineradores no país, que obstruem com troncos de árvores várias estradas da região de Madre de Díos, na fronteira com o Acre e a Bolívia. A área entre as cidades de Mazuco e Puerto Maldonado está isolada desde 23 de novembro.


"Sábado, tomamos conhecimento de que tinha brasileiros nesse cenário, e estamos tentando levantar as condições, se há alojamento, alimentação e água potável", informou o Ministro Conselheiro em Lima, Juliano Féres Nascimento. "A situação é bastante dramática. A gente está procurando pressionar o governo federal peruano para que eles garantam um corredor de segurança para que os brasileiros saiam de lá [Madre de Díos]. Hoje de manhã, conseguimos que um grupo com 12 pessoas deixasse a região."

Segundo a Embaixada brasileira, o governo peruano recomenda que as pessoas que se encontram na área isolada evitem deslocamentos para que não se encontrem com os manifestantes. "Eu sei que houve negociações entre o Ministro da Casa Civil do Peru e o governador, mas a situação não evoluiu. Infelizmente, nossos compatriotas ficaram presos nessa disputa interna", lamentou o Ministro.

Os brasileiros André Laner, Marília Gabriela de Moraes e Luiz Gustavo Tomio Igarachi no Machu Picchu, Peru; André e Marília tentam retornar ao Brasil desde quinta-feira passada (26/11)

Uma das familiares dos brasileiros, Mayara Bueno contou que a irmã Marília Gabriela de Moraes está "presa" com o esposo André Laner e o colega Luiz Gustavo Tomio Igarachi no vilarejo de Santa Rita Baja (entre Mazuco e Puerto Maldonado) desde a última quinta-feira (26/11). "A manifestação está bem violenta. Estão com paus e pedras atacando qualquer carro que queira passar. Eles não conseguem nem seguir para o Acre, nem ir à Cuzco. Hoje, eles tentaram voltar ao Brasil; andaram dois quilômetros, se depararam com um bloqueio e tiveram que retornar. Estamos bastante preocupados", relatou Mayara. Os brasileiros estão alojados em uma cooperativa de cacau e há escassez de comida no local.

Mensagens trocadas por celular entre as irmãs Marília e Mayara nesta terça-feira (1/12)

Os protestos

As manifestações começaram em 23 de novembro, quando centenas de mineradores tomaram as ruas da cidade de Puerto Maldonado (a 1.555 quilômetros de Lima) e outras localidades do estado de Madre de Díos. De acordo com o jornal peruano El Comercio, os mineradores de ouro, em atividade ilegal no país, exigem a revogação de um decreto do governo, que restringe o comércio de insumos para a mineração, a atividade madeireira e a produção de drogas.

Ainda segundo informações do periódico, o Ministro do Meio Ambiente, Manuel Pulgar Vidal, afirmou que os trabalhadores em protesto dedicam-se à exploração do ouro na selva e exigem a suspensão das normas para formalização da prática no país.

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