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Desaparecimento do voo MH370 ainda é um mistério passados 2 anos

A Austrália e a Malásia asseguram, no entanto, terem esperanças de encontrar o rastro do avião

Agência France-Presse
postado em 08/03/2016 18:54
O desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines pouco depois de decolar do aeroporto de Kuala Lumpur com 239 pessoas a bordo continua sendo um mistério - assinala um relatório anual de investigação publicado nesta terça-feira, dois anos depois do ocorrido. A equipe de especialistas internacionais dirigida pela Malásia publicou seu relatório, mas as breves informações disponíveis não fornecem qualquer nova indicação sobre as circunstâncias do desaparecimento inexplicável da aeronave. "Até hoje, não foram encontrados os restos do MH370, apesar da contínua busca no sul do Oceano Índico", indica o relatório.

O voo MH370 que se dirigia para Pequim desapareceu em 8 de março de 2014, oficialmente depois de ter caído no Oceano Índico. Até o momento, este é o maior mistério da história da aeronáutica moderna. Este é o segundo ano consecutivo que os investigadores não revelam nada que permita elucidar o mistério.

[SAIBAMAIS]A Austrália e a Malásia asseguram, no entanto, terem esperanças de encontrar o rastro do avião. "As operações de busca em curso deveriam terminar ainda este ano, e mantemos a esperança de que encontraremos o MH370", declarou o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, em um comunicado.

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A Austrália conduz as investigações no sul do Índico, em uma zona de profundidade de 120.000 km2, equivalente à superfície da Nicarágua. Trata-se de uma das maiores e mais caras buscas deste tipo em toda a história. Mas os esforços para localizar os restos do aparelho foram infrutíferos até agora e, na falta de novas pistas, as autoridades pretendem concluir suas operações em julho.

Em caso de encerramento das buscas, Malásia, Austrália e China - 153 dos 239 passageiros eram chineses - vão se reunir para "determinar o processo a ser adotado", completa o documento. "As buscas vão prosseguir nos próximos dias e meses nos 30.000 quilômetros quadrados restantes, e a Austrália, a Malásia e a República Popular da China esperam encontrar o avião", declarou em um comunicado o ministro australiano dos Transportes, Darren Chester.

;Sofremos dia e noite;

"Encontrar o avião irá fornecer respostas a todos, especialmente às famílias que perderam seus entes queridos", acrescentou o ministro. Em Pequim, mais de 20 membros de famílias das vítimas se reuniram em um templo budista para orar e ler uma declaração, pedindo pela não interrupção das buscas.

"Desde o desaparecimento do MH370, nós, membros das famílias, sofremos dia e noite. Cada dia passa como um ano. O que sentimos por aqueles que estavam a bordo do avião que nos são caros cresce a cada dia", afirma a declaração dos parentes.

As especulações para explicar esse desaparecimento permanecem concentradas principalmente em torno de uma falha mecânica, ou estrutural, uma tomada de reféns, ou um ato terrorista, mas até agora nada veio à tona para apoiar um, ou outro cenário. O mistério também tem alimentado uma série de teorias conspiratórias.

Até o momento, um fragmento de asa encontrado em julho na ilha francesa da Reunião, no Oceano Índico, e pertencente - segundo as autoridades da Malásia e a Justiça francesa - ao Boeing 777 da Malaysia Arlines, é a única evidência de que o avião caiu no mar. Este elemento não fornece, porém, qualquer resposta às circunstâncias do desaparecimento.

Dois outros detritos foram encontrados recentemente, mas eles ainda precisam ser analisados %u200B%u200Bpara determinar se são do avião.

Este segundo aniversário é também o prazo final para a apresentação de um processo contra a companhia aérea após um acidente.

Muitos familiares das vítimas apresentaram queixas contra a Malaysia Airlines nos últimos dias nos Estados Unidos, na Malásia, na China, na Austrália e em outros lugares, enquanto outros concordaram com acordos amigáveis, de acordo com advogados.

Uma queixa também foi movida contra a Boeing nos Estados Unidos.

Muitos parentes de vítimas acusam a companhia aérea e o governo da Malásia de esconderem informações sobre o que aconteceu e de tratá-los sem respeito

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