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Ativistas são alvos de extremistas por propagarem livre pensamento

Em três anos, 16 foram assassinados, quatro em 2013, três em 2014, cinco no ano passado e quatro desde janeiro

Rodrigo Craveiro
postado em 01/05/2016 08:00
Em três anos, 16 foram assassinados, quatro em 2013, três em 2014, cinco no ano passado e quatro desde janeiro

"E, se somos Severinos, iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos 30, de emboscada antes dos 20, de fome um pouco por dia.; O blogueiro bengali Maruf Rosul, 29 anos, foi buscar na obra do falecido autor pernambucano João Cabral de Melo Neto ; um de seus escritores preferidos ; a resposta ao Correio sobre se teme uma execução. ;Há muitas ameaças contra a minha vida. Posso ser assassinado, mas não tenho medo;, declarou.

Em Bangladesh, morre-se por disseminar o livre pensamento e por discordar do fundamentalismo religioso. Os crimes, geralmente, envolvem mais de um agressor e ocorrem quase sempre no meio da rua. A vítima costuma ser surpreendida com golpes de machete (um tipo de facão) e tiros. Nos últimos três anos, 16 ativistas foram eliminados: quatro em 2013, três em 2014, cinco no ano passado e quatro desde janeiro. Somente neste mês, dois proeminentes ativistas e um professor se tornaram vítimas da intolerância e do ódio (veja quadro). Ontem, um alfaiate hindu morreu ao ser esfaqueado na cabeça, no pescoço e no braço, em Tangail (centro). A agência de notícias Amaq, ligada ao Estado Islâmico (EI), justificou que ele era conhecido por ;blasfemar contra o profeta Maomé;.

Porta-voz do Movimento Shahbag, a maior plataforma secular de Bangladesh, Imran Saker sabe que pode ser o próximo. ;Não temos mais tempo para desperdiçar pensando sobre temas de segurança pessoal. Chegou a hora de nos unirmos e de combatermos, de modo destemido, esses grupos do mal. Caso contrário, não haverá esperança e nos tornaremos uma nação fracassada, nos rendendo a esses extremistas religiosos;, afirmou, por e-mail. ;Isso é algo totalmente inaceitável. Estou ofendido, os crimes não podem mais continuar. Os grupos radicais declararam que não deixarão viver ninguém que se oponha às suas crenças. É uma completa violação dos direitos humanos. Essas mortes provam que eles (fundamentalistas muçulmanos) estão desesperados para impôr o seu sonho de um país extremista religioso.;

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