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Judeu ultraortodoxo que matou jovem gay é condenado à prisão perpétua

Armado com uma faca, atacou uma das participantes, Shira Banki, de 16 anos, que morreu dias depois em consequência da gravidade dos ferimentos

Agência France-Presse
postado em 26/06/2016 12:19

Armado com uma faca, atacou uma das participantes, Shira Banki, de 16 anos, que morreu dias depois em consequência da gravidade dos ferimentos

Um tribunal israelense condenou neste domingo à prisão perpétua um judeu ultraortodoxo por ter matado uma adolescente israelense no Orgulho Gay de Jerusalém em 2015, um crime que comoveu o país. Yishai Shlissel, que foi declarado culpado em abril, foi condenado à prisão perpétua e a 31 anos de detenção, informou a corte em um comunicado.

Em 30 de julho de 2015, o homem, então com 39 anos, irrompeu no desfile do Orgulho Gay que percorria as ruas de Jerusalém. Armado com uma faca, atacou uma das participantes, Shira Banki, de 16 anos, que morreu dias depois em consequência da gravidade dos ferimentos. Outras seis pessoas sofreram lesões.

O crime provocou uma forte comoção pública em Israel, principalmente porque o assassino tinha saído da prisão três semanas antes, após cumprir uma pena de 10 anos de reclusão por uma agressão similar na marcha do Orgulho Gay de 2005, na que feriu três pessoas. "Não expressou nenhum remordimento. Na audiência anterior, falou de una guerra religiosa", afirmou à AFP uma das vítimas de Shlissel, Noam Eyal, de 31 anos, na saída da audiência.

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Israel é considerado um país pioneiro na defesa e no respeito aos direitos dos homossexuais, principalmente em relação à adoção por parte de casais do mesmo sexo. Mas os ativistas LGBT denunciam com frequência discriminações e ataques, principalmente em Jerusalém, onde há uma grande comunidade de judeus ultraortodoxos que consideram a homossexualidade como um pecado.

O tribunal pronunciou "uma pena de prisão perpétua e 31 anos de detenção pelo assassinato de Shira Banki, seis tentativas de assassinato e feridas a participantes do Orgulho Gay", indicou Oshrat Shoham, da promotoria de Jerusalém. Trata-se de um "duro veredito", disse a jornalistas na saída da audiência. "Pensamos que Yishai Shlissel não será posto em liberdade durante as próximas décadas. Talvez nunca mais seja libertado", concluiu.

O ataque provocou uma grande comoção em Israel, onde a polícia foi alvo de críticas por não ter impedido o crime, apesar de o fanático assassino ter divulgado suas intenções em vários fóruns de redes sociais antes de executar o ato.

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