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Grécia nega asilo a um dos militares turcos que fugiram após golpe

Muitos militares e funcionários fugiram da Turquia após o golpe frustrado por medo de ser detidos nos expurgos lançados pelo presidente Recep Tayyip Erdogan contra os supostos partidários do ex-imã turco exilado nos Estados Unidos Fethullah Gulen

Agência France-Presse
postado em 22/09/2016 09:58
Atenas, Grécia - O serviço de asilo grego negou em primeira instância o pedido de um dos oito militares turcos que fugiram à Grécia após o golpe de Estado frustrado na Turquia, anunciou sua advogada nesta quinta-feira. As autoridades gregas "negaram o pedido de um destes militares turcos" e "congelaram a demanda de outros dois", disse à AFP a advogada, Stavroula Tomara.

Segundo uma fonte judicial interrogada pela AFP, este congelamento significa que o serviço de asilo se negou a "discutir o caso dos outros dois militares" porque considerou que "seus argumentos eram [SAIBAMAIS]insuficientes" para examiná-los. "Seguimos esperando a decisão para os cinco restantes", acrescentou Stavroula Tomara. A advogada disse que a rejeição do primeiro pedido "se baseou em conclusões arbitrárias, segundo as quais o militar participou da tentativa de golpe de Estado na Turquia de 15 de julho".

Acrescentou que recorrerão desta decisão "no prazo previsto de 15 dias". No caso dos dois militares cujas demandas estão congeladas, a advogada indicou que pedirá uma reanálise do caso. Ancara pediu a extradição dos oito militares turcos, mas esta demanda não será examinada até que a questão de seu pedido de asilo esteja resolvida. Os oito militares aterrissaram de helicóptero em Alexandroupoli, uma cidade grega próxima à fronteira turca em 16 de julho, horas depois do golpe de Estado frustrado.



Imediatamente pediram asilo na Grécia. Alegavam temer por suas vidas e negavam ter participado da tentativa de golpe. Muitos militares e funcionários fugiram da Turquia após o golpe frustrado por medo de ser detidos nos expurgos lançados pelo presidente Recep Tayyip Erdogan contra os supostos partidários do ex-imã turco exilado nos Estados Unidos Fethullah Gulen, acusado de ter fomentado o golpe. O caso dos oito militares turcos é delicado para Atenas devido às relações historicamente complicadas entre os dois países.

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