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Washington acusa Moscou pela barbárie em Aleppo

Ban Ki-moon exige o fim do 'pesadelo' na cidade atacada

postado em 26/09/2016 06:01
Mais de 200 bombardeios aéreos semearam a morte em Aleppo, a antiga capital econômica e segunda maior cidade da Síria, somente no fim de semana. Em um grupo frequentado pela reportagem no WhatsApp, as imagens da guerra se multiplicam ; uma criança, ferida no lado direito do abdome, chora de dor; o menino Hassan Disham aparece morto, após ser atingido por uma bomba de fragmentação; incêndios em bairros ;; além de tabelas com os números de uma guerra que parece interminável. Somente ontem, segundo a organização Aleppo Siege Media Center, foram 86 mortos e 323 feridos.

Enquanto civis enfrentavam mais um domingo de horror, os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU se reuniam para debater a guerra civil, em Nova York, a pedido de Reino Unido, França e Estados Unidos. O governo de Barack Obama tornou a acusar a Rússia pela matança. Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez um apelo comovido pelo fim do pesadelo na Síria.


;O que a Rússia está patrocinando e fazendo não é contraterrorismo, mas barbárie;, disse Samantha Power, embaixadora norte-americana na ONU. ;Em vez de perseguir a paz, a Rússia e (Bashar) Al-Assad fazem a guerra. Em vez de ajudarem a levar ajuda aos civis, a Rússia e Al-Assad bombardeiam comboios humanitários, hospitais e socorristas, que tentam, desesperadamente, manter as pessoas vivas;, declarou.

Um dos principais aliados de Al-Assad, Moscou acusa a coalizão liderada pelos Estados Unidos de oferecer suporte aos rebeldes e de arruinar os esforços humanitários. ;A situação humanitária em Aleppo poderia ter sido normalizada em agosto, mas não foi o caso. Isso não foi permitido porque os grupos armados o impediram;, rebateu o representante russo na ONU, Vitaly Churkin.

;Crimes de guerra;
De acordo com ele, centenas de grupos foram armados, e a Síria passou a ser bombardeada sem critério. ;Nessas condições, trazer a paz é, em consequência, uma tarefa quase impossível.; O embaixador da França, François Delattre, reconheceu que ;crimes de guerra são cometidos em Aleppo; e lembrou que a impunidade ;não é uma opção;. O enviado britânico, Mattew Rycroft, apontou que as munições incendiárias e os barris-bomba são uma ;clara violação; das leis internacionais.

Mostafa Abdullah, 45 anos, gerente da emissora Aleppo Today TV, afirmou ao Correio que a Rússia massacra civis para salvar Al-Assad. ;Moscou utiliza aviões de guerra para apoiar o regime. Ela destrói prédios com gente dentro. Diz ter lançado uma guerra contra os terroristas, mas pôs 3 mil membros do exército dentro de Aleppo. A Rússia está disposta a destruí-la;, acusa ele, que deixou a cidade no mês passado e hoje vive na região rural, 10km a oeste da cidade.

Morador do leste de Aleppo, o professor Abdulkafi Alhamdo, 31, tem a voz denotando cansaço e desespero. ;Todos os dias, estamos sendo assassinados pelos aviões da Rússia e de Al-Assad. Não temos onde nos esconder;. Ele externou revolta com o Conselho de Segurança. ;Todas essas pessoas que estão lá são mentirosas. Fazem reuniões apenas para dizer ao mundo ;Nós estamos aqui, mas nada podemos fazer;. Elas querem a nossa morte e estão satisfeitas com os crimes e os bombardeios.;

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