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Ex-diretor do FMI vai à Justiça espanhola por desvios de fundos

São acusados de "apropriação indevida" de mais de 12 milhões de euros entre 2003 e 2012, mediante o uso de cartões bancários opacos com os quais financiaram sem limite nem controle fiscal grandes gastos pessoais

Agência France-Presse
postado em 26/09/2016 08:57
San Fernando de Henares, Espanha - O ex-diretor-gerente do FMI Rodrigo Rato se sentou nesta segunda-feira (26/9) no banco dos réus na Espanha por dirigir em sua breve atuação como banqueiro um "sistema corrupto" de desvio de fundos. Ao chegar ao tribunal em San Fernando de Henares, a leste de Madri, Rato foi recebido a gritos de "ladrão" e "fraudador" por vários manifestantes que perderam suas economias em produtos tóxicos recomendados pela entidade que dirigiu, Bankia.

Rato, ex-ministro da Economia de 67 anos, entrou com uma pasta na mão e sem dizer nada no anexo da Audiência Nacional, a máxima instância penal espanhola, onde será realizado o julgamento contra ele [SAIBAMAIS]e outros 64 acusados até dezembro. Em um caso conhecido na Espanha como o dos "cartões black", Rato é acusado junto a outros 64 ex-diretores do banco Caja Madrid e de sua entidade sucessora Bankia, que surgiu em 2011 da fusão de sete caixas de poupança.

São acusados de "apropriação indevida" de mais de 12 milhões de euros entre 2003 e 2012, mediante o uso de cartões bancários opacos com os quais financiaram sem limite nem controle fiscal grandes gastos pessoais. A publicação dos detalhes destes gastos - joias, bolsas Louis Vuitton, festas em boates, viagens - provocou revolta em uma Espanha submetida a uma política de austeridade após o início da crise econômica em 2008.

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