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Premier italiano diz que Londres não terá privilégios fora da UE

Renzi estimou que deixar a UE era uma "decisão ruim", mas que era preciso respeitar o resultado

Agência France-Presse
postado em 29/09/2016 09:01
Londres, Reino Unido - O Reino Unido não deve esperar acabar com mais direitos que outros países fora da União Europeia quando sair do bloco europeu, avisou nesta quinta-feira (29/9) o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, em uma entrevista.

Renzi também disse à BBC que considera o primeiro-ministro britânico anterior, David Cameron, como responsável pela vitória do Brexit no referendo de junho. A advertência de Renzi é a mais recente de uma longa lista feita por líderes europeus, que revelam o mal-estar com Londres e as dificuldades que enfrentará quando notificar oficialmente sua saída e começarem os dois anos de negociações de ruptura.

"Será impossível dar aos britânicos mais direitos que a outros países fora da UE", disse Renzi, falando em inglês. "Quando David Cameron decidiu usar o referendo para [SAIBAMAIS]resolver um problema interno do Partido Conservador, este foi o problema", acrescentou. Uma interpretação recorrente do motivo de Cameron para convocar o plebiscito é a de que tomou a decisão para aplacar os eurocéticos de seu partido e frear a ascensão do UKIP, o Partido para a Independência do Reino Unido.

Renzi estimou que deixar a UE era uma "decisão ruim", mas que era preciso respeitar o resultado. As declarações de Renzi à BBC coincidem com a publicação de um relatório que estima em 65 milhões de libras o custo anual para os cofres britânicos das negociações do Brexit, em grande parte destinados à contratação de 500 funcionários.



Este relatório foi elaborado por uma respeitada organização independente, o Instituto para o Governo (Institute for Government), e é o primeiro sobre o funcionamento do governo após a reestruturação que dividiu a responsabilidade das negociações do Brexit entre três ministérios. O relatório convoca a primeira-ministra Theresa May a anunciar quando pensa em ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, a porta de saída de um Estado membro.

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