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Húngaros dizem 'não' a imigrantes, mas referendo não atinge quórum mínimo

Resultado é uma derrota para o premiê húngaro, Viktor Orban. Para validar o referendo, seria necessário participação mínima de 50% de um total de 8 milhões de inscritos

Agência France-Presse
postado em 02/10/2016 16:32
Budapeste, Hungria - O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, sofreu um revés neste domingo (2/10) em seu referendo contra o plano de cotas de imigrantes da União Europeia (UE), que registrou uma participação abaixo dos 50% necessários - informaram pesquisas do partido da situação, o Fidesz.

A União Europeia "não poderá impor sua vontade à Hungria" em matéria de imigração, declarou Orban, após o anúncio do resultado. "Bruxelas não poderá impor sua vontade à Hungria", disse o líder conservador em um discurso, acrescentando que espera "fazer Bruxelas compreender que não podem ignorar a vontade de 99,2% dos eleitores".

Como se antecipava, os eleitores do "não" atingiram 98,3% do total, mas apenas 39,8% dos oito milhões de inscritos compareceram às urnas, o que invalida o resultado, segundo os números divulgados pelo vice-presidente do partido, Gergely Gulyas.

Gulyas disse, porém, que o resultado é "uma vitória esmagadora para todos aqueles que rejeitam o plano de realocação, para aqueles que acreditam em que os Estados-nação deveriam permanecer e para aqueles que acreditam na democracia".

Antevendo há alguns dias uma possível vitória contrariada pela abstenção, o conservador Viktor Orban sempre reiterou que a prioridade era a porcentagem alcançada pelo "não". Cerca de 8,3 milhões de eleitores foram convocados para responder à pergunta: "Quer que a União Europeia decrete a realocação obrigatória de cidadãos não-húngaros na Hungria sem a aprovação do Parlamento húngaro?".

As seções eleitorais abriram as portas às 6h locais (4h, horário de Brasília) e fecharam às 19h (17h, em Brasília). Cerca de 400.000 imigrantes transitaram pela Hungria em 2015, a maior parte deles antes de que serem instaladas as cercas nas fronteiras da Sérvia e da Croácia.

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