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Candidatos a vice tentam unificar partidos para ajudar Hillary e Trump

Desempenho do democrata Tim Kaine e do republicano Mike Pence pode ser crucial para eleger novo presidente dos EUA

postado em 09/10/2016 06:00

Pence (E) e Kaine (D) trocam afagos após o debate na Longwood University, na Virgínia, na última terça-feira

Eles querem se tornar o número dois no comando dos Estados Unidos, mas são pouco conhecidos pelos norte-americanos. À margem da troca de ataques entre Hillary Clinton e Donald Trump, o democrata Tim Kaine e o republicano Mike Pence exploram o potencial de projeção política da candidatura à vice-presidência (leia nesta página). Ao mesmo tempo, se esforçam para tentar eleger companheiros de chapa. Embora eles pareçam coadjuvantes em uma das disputas mais polarizadas do país, o desempenho dos aspirantes a vice, a um mês das eleições, pode ser decisivo para definir quem será o sucessor de Barack Obama na Casa Branca.

Ambos são descritos como políticos experientes e com bons índices de popularidade em seus berços eleitorais. No entanto, a escolha de Kaine, que ocupa uma vaga no Senado pelo estado da Virgínia, e de Pence, governador de Indiana, para compor as campanhas dos principais partidos americanos levou em consideração características que podem ajudar os companheiros de chapa a superarem as fragilidades de suas candidaturas.

Diante das controvérsias em torno das declarações de Trump e da insegurança entre boa parte do eleitorado republicano em votar pelo empresário, a campanha republicana viu no conservador governador de Indiana um aliado para acalmar a base, especialmente os republicanos cristãos. ;Trump tinha poucos republicanos dispostos a se candidatar com ele, e o governador Pence era a escolha mais forte do que opções como Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Deputados, ou o governador Chris Christie, ambos muito impopulares;, observa Joel Goldstein, especialista em vice-presidência e professor da Saint Louis University.

Na ala democrata, a elogiada capacidade de articulação do senador Kaine e sua conexão com o eleitorado latino ; ele foi missionário em Honduras e alterna entre o inglês e o espanhol nos discursos ; têm sido utilizadas como mecanismos para reafirmar a mensagem de Hillary. Goldstein destaca que, apesar de Kaine enfrentar críticas por parte da ala mais à esquerda do Partido Democrata, ele tem um histórico de apoio a políticas progressistas, especialmente em relação aos direitos civis. ;Kaine, efetivamente, estendeu a mão para muitos dos apoiadores de Bernie Sanders, ao salientar que ele e a secretária Clinton estão muito mais próximos de seus valores do que o Trump e Pence;, destaca.

Troca de papéis

Ao contrário da ex-secretária de Estado, que prefere adotar uma postura altiva diante de Trump, Kaine tem elevado o tom contra o concorrente republicano. Ele chegou a chamar o empresário de ;maníaco; no primeiro debate com Pence, realizado na semana passada e que permitiu uma visão mais ampla sobre as chapas que concorrem à presidência. Ao contrário do observado no primeiro confronto entre Trump e Hillary, o candidato a vice na chapa democrata foi quem assumiu a postura mais inquieta e interrompeu o opositor diversas vezes.

Edward Panetta, especialista em debates da University of Georgia, avalia que Pence demonstrou calma e conhecimento sobre questões cruciais para liderar o país que Trump deixou de apresentar ao longo da campanha. Ainda que tenha se levantado pela agenda republicana, o governador não defendeu cegamente o companheiro de chapa dos ataques do democrata. ;Kaine preparou o debate com várias citações provocativas de Trump, que colocaram Pence na defensiva;, avalia.

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