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ONU pedirá vigilância a cessar-fogo na Colômbia durante 'transição'

"Pensamos que neste momento existem condições para que permaneça a solidariedade do Conselho (de Segurança da ONU) com o país", disse em coletiva de imprensa o chefe da missão das Nações Unidas na Colômbia, Jean Arnault

Agência France-Presse
postado em 10/10/2016 17:28

Bogotá, Colômbia - A missão da ONU para vigiar o cessar-fogo acordado entre o governo da Colômbia e a guerrilha das Farc informou nesta segunda-feira que pedirá ao Conselho de Segurança para "ajustar" seu mandato de verificação às condições do atual período de "transição".


[SAIBAMAIS]"Pensamos que neste momento existem condições para que permaneça a solidariedade do Conselho (de Segurança da ONU) com o país", disse em coletiva de imprensa o chefe da missão das Nações Unidas na Colômbia, Jean Arnault, em alusão aos ajustes que será preciso fazer no mecanismo de verificação do organismo depois que o pacto de paz entre as Farc e o governo foi rechaçado em um plebiscito em 2 de outubro.

Como, apesar do revés eleitoral, as partes decidiram manter o cessar-fogo bilateral - em vigor desde 29 de agosto -, Arnault anunciou que viajará esta semana à sede da ONU, em Nova York, "para sugerir que se deva estender o mandato da missão para a verificação deste protocolo". "A verificação tal como estava prevista" muda e se deverá passar a outro modelo. Por isso, "estamos pedindo a possibilidade de ajustar a verificação que realizamos às novas pautas", disse Arnault.

A missão de monitoramento foi ativada em 26 de setembro com a assinatura do acordo. Para o responsável pela vitória do "Não" no plebiscito, teve início um período de "transição" no qual as partes demonstraram "maturidade" e vontade para buscar uma nova negociação com aqueles que saíram vitoriosos das urnas.

Se o acordo de paz, negociado por quase quatro anos em Havana entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas) tivesse sido aprovado no plebiscito, o mandato para a missão da ONU era verificar os 27 pontos onde a guerrilha se concentraria para progressivamente entregar suas armas. Embora as partes não tenham definido exatamente como facilitarão a verificação do cessar-fogo nesta etapa, Arnault disse que é possível que se dê "uma separação de forças em um número maior de pontos", nos quais a ONU possa realizar "um processo de visitas periódicas".

"Não há uma garantia absoluta de sucesso, mas nós pensamos que é uma transição estruturada que vale ser apoiada", reforçou Arnault ao se referir ao diálogo, que já começou entre o governo e líderes da oposição, que promoveram o "Não" no plebiscito, liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe.

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