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Premiê da Escócia acusa Londres de usar Brexit para propagar 'xenofobia'

Para Nicola Sturgeon, o Congresso conservador foi "uma vergonha", porque "fomos testemunhas de uma intolerância com os estrangeiros que não tem lugar em uma sociedade moderna, multicultural e civilizada"

Agência France-Presse
postado em 13/10/2016 08:04
Londres, Reino Unido - A premiê escocesa, Nicola Sturgeon, partidária da permanência do Reino Unido na União Europeia, acusará o governo britânico, nesta quinta (13/10), de usar o "Brexit" para veicular a "xenofobia" e transformar os estrangeiros em "bodes expiatórios" - de acordo com trechos de seu discurso antecipados para a imprensa.

Ao contrário de Inglaterra e Gales, a Escócia votou majoritariamente pela continuidade do Reino Unido na UE (62%), em 23 de junho passado. Desde a vitória do "sim" do Brexit, Sturgeon não se cansa de criticar a maneira como o governo conservador administra a situação. Nesta quinta, em Glasgow [SAIBAMAIS](centro da Escócia), na inauguração do Congresso Anual do SNP, o partido separatista de esquerdas, a líder escocesa criticará a "ala direita do Partido Conservador", uma faixa "em plena ascensão que deve desviar, em benefício próprio, o resultado do referendo".

"O Brexit se transformou no Brexit Tory", dirá Sturgeon, segundo o texto divulgado por seu gabinete. "Servem-se (do Brexit) como de uma permissão de xenofobia, muito tempo escondida sob a superfície e agora à plena luz do dia", afirmará.

Para Nicola Sturgeon, o Congresso conservador foi "uma vergonha", porque "fomos testemunhas de uma intolerância com os estrangeiros que não tem lugar em uma sociedade moderna, multicultural e civilizada", segundo seu discurso desta quinta.



Sturgeon aproveitará para criticar esse Brexit "duro", ou seja, com um estrito controle migratório. De acordo com a premiê escocesa, essa abordagem não é a escolhida pelos britânicos que defendem a saída da UE. "Não votaram para baixar nosso nível de vida, ou para sacrificar postos de trabalho e investimentos", insistirá. "Não votaram para transformar os estrangeiros em bodes expiatórios", completa a nota.

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