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Trump insiste em tese de "eleições armadas"; Hillary mantém silêncio

Candidato republicano mantém discurso de que a mídia conspira para a vitória da rival democrata

Agência France-Presse
postado em 16/10/2016 17:27
A três semanas das eleições nos Estados Unidos, o candidato republicano Donald Trump insistiu neste domingo (16/10) em uma conspiração da mídia para a vitória de sua rival democrata, Hillary Clinton.

"As pesquisas têm uma margem pequena, mas podem crer que perdi uma grande quantidade de eleitoras mulheres por causa de fatos inventados que jamais ocorreram. A mídia fraudou a eleição", escreveu Trump neste domingo no Twitter, depois de ser acusado de abuso sexual por uma dezena de mulheres.

O magnata chamou Hillary e sua equipe de "a corrupta e sua gangue" e criticou o programa de televisão "Saturday Night Live" por parodiá-lo. Desde que Hillary Clinton começou a mostrar vantagem nas pesquisas, Trump repete que as eleições estão acertadas, mesmo que tenha dito, após o primeiro debate presidencial, que respeitará o resultado das urnas.

Com as tensões geradas pelas declarações, inclusive dentro do próprio Partido Republicano, seu companheiro de chapa, Mike Pence, tentou moderar seu discurso. "Aceitaremos absolutamente os resultados das eleições e a vontade do povo americano", afirmou o candidato republicano a vice-presidente, no canal de televisão NBC.

No sábado, o presidente da Câmara de Representantes, o republicano Paul Ryan, expressou sua discrepância. "Nossa democracia depende da confiança nos resultados eleitorais, e (Paul Ryan) está completamente seguro de que os estados vão celebrar as eleições com integridade", afirmou sua porta-voz, AshLee Strong.

A última pesquisa nacional NBC/Wall Street Journal, publicada neste domingo, dá uma vantagem de 11 pontos a Hillary Clinton com 48% da intenção de voto, contra 37% para Trump. Outro pesquisa da ABC/Washington Post mostra uma vantagem para a democrata de quatro pontos, com 47% para Hillary e 43% para o magnata.

O silêncio de Hillary

Outra pesquisa deverá preocupar ainda mais Trump: a pesquisa "CBS News Battleground Tracker", que mede a relação de força em uma dezena de estados-chave e que mostra uma clara mudança no voto feminino em favor de Hillary Clinton.

Segundo este estudo, 70% das mulheres americanas acreditam que Trump não respeita as mulheres. Encurralado, o candidato republicano se mostra cada vez mais agressivo. Paralelamente, Hillary Clinton não fez qualquer comentário nesse final de semana e não tem anúncios nos próximos três dias: evidentemente a tática é deixar que seu rival se complique sozinho no caos de acusações lançadas sobre ele.

Ela tem se mantido discreta enquanto avança nas pesquisas à espera do terceiro e último debate na quarta-feira em Las Vegas. Mas sabe também que as extravagâncias sexuais de seu marido Bill Clinton, que a equipe de Trump não hesita em explorar, limita sus possibilidades de utilizar o escândalo em torno do republicano.

Enquanto a primeira-dama Michelle Obama condena com veemência os fatos envolvendo Trump sobre as mulheres, Hillary Clinton se mantém muito mais evasiva sobre o assunto.

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